Integrantes do MST bloqueiam entrada da Embrapa em Ponta Grossa
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) liberou nesta terça-feira (24) a entrada da sede da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, depois do protesto que bloqueou por um dia a entrada de funcionários. A liberação ocorreu após reunião com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que apresentou cronograma que prevê a regularização do assentamento localizado próximo à empresa até o próximo mês de outubro.
A reunião foi realizada no final da tarde desta terça envolvendo lideranças do movimento, o gerente da unidade da Embrapa, Osmar Beckert, e o ouvidor agrário do Incra, Nilton Bezerra Guedes. O Incra se comprometeu a fazer a medição da área já ocupada pelo MST. O trabalho deve começar dentro de 15 dias. A Embrapa fará o georreferenciamento do restante da área. Até outubro, conforme Guedes, o trabalho possivelmente estará concluído. "Mas, trata-se de uma previsão", apontou.
Ânimo e cobrança
A promessa de compra da área animou o MST. O coordenador do movimento em Ponta Grossa, Arilson de Assis, afirmou que agora os militantes irão esperar o andamento dos trabalhos e cobrar soluções do Incra caso surjam imprevistos.
A área de 632 hectares, localizada dentro do terreno de 3.970 hectares da Embrapa, na Rodovia do Talco, foi ocupada em 2003 pelo MST. A Embrapa aceitou a proposta de compra pelo Incra, no ano seguinte, e desde então o movimento realizou dois protestos para cobrar a regularização da área. As 60 famílias que vivem no local já têm plantações, mas ainda carecem de ligações de água e de luz, que só vêm com a regularização.
O acampamento fica a três quilômetros da sede da empresa. Na segunda-feira pela manhã, cerca de 200 militantes do MST, munidos com bandeiras e facões, se posicionaram em frente ao portão da Embrapa e não deixaram os cerca de 20 funcionários da unidade entrar para o trabalho.
Na terça pela manhã, diante da promessa da reunião que ocorreria no final do dia, os funcionários puderam ter expediente normal. Por volta das 20 horas, com o final da reunião, os sem-terra deixaram a frente da empresa e voltaram para o acampamento. De acordo com o gerente da unidade local da Embrapa, apenas nesta quarta-feira (25) será feita uma análise para identificar se a área de pesquisa foi afetada devido à paralisação das atividades.
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