Em Pernambuco, cerca de 550 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), participaram neste domingo (11) de três ocupações e uma reocupação no interior do Estado, marcando o início a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, conhecida como "Abril Vermelho", em memória dos 19 sem-terra assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás (PA), em 17 de abril 1996.

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De acordo com informações da Polícia Militar, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do próprio MST, não foram registrados confrontos durante as ações. A primeira ocupação aconteceu, no início desta manhã, no município de Maraial, na Mata Sul do Estado, com a invasão de duas propriedades do engenho São Salvador.

Na sequência, outras 300 famílias tomaram as terras da fazenda Salgadinho, na cidade de Tacaratu, no sertão. Em Caruaru, localizado no Agreste, 130 famílias participaram da reocupação do engenho Poço das Antas, que havia sido ocupado pela primeira vez pelo MST em 2000 e logo em seguida reintegrado pela Justiça aos proprietários da Usina Bulhões.

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De acordo com a coordenação estadual do MST, as ocupações seguirão até o final do mês em várias regiões do Estado. O movimento alega que 57% das grandes propriedades cadastradas pelo Incra seriam improdutivas, o que não é confirmado pelo órgão.

"Há um total de 411.657 hectares de terras improdutivas no Estado, área suficiente para assentar as 23 mil famílias que vivem hoje acampadas em Pernambuco", afirmou, em nota, o MST. A pauta nacional do MST reivindica o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o País, atualização dos índices de produtividade, garantia de recursos para as desapropriações de terras e investimentos públicos nos assentamentos.