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Pelo menos 15 estados, além do Distrito Federal, contabilizam invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desde o início do mês, no chamado "Abril Vermelho". Só ontem foram feitas ações em sete estados: São Paulo, Pernambuco, Sergipe, Ceará, Santa Catarina, Paraíba e Rio Grande do Sul. O estado que registrou o maior número de fazendas invadidas foi Sergipe: três.

As ocupações lembraram o assassinato de 19 sem-terra no massacre de Eldorado de Carajás, no Pará, ocorrido em 17 de abril de 1996. Além de fazendas, os sem-terra ainda bloquearam estradas. Foi o que aconteceu em Santa Catarina, onde 400 sem-terra ocuparam o pedágio da BR-116, na região de Lajes. O local só foi liberado no fim da tarde, após negociação com a polícia.

Usina Paraná

Em São Paulo, mais três fazendas foram ocupadas. Agora, já são cinco as áreas invadidas no estado como parte do Abril Vermelho, a jornada nacional de lutas do movimento pela reforma agrária. A maior ação ocorreu no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste paulista. Cerca de 800 sem-terra ocuparam uma propriedade de 20 mil hectares da Usina Central do Paraná, no município de Iepê. As terras são usadas para a produção de cana destinada à usina, cujas instalações ficam no município paranaense de Porecatu.

Os sem-terra montaram um grande acampamento na área. De acordo com o coordenador regional Valmir Rodrigues Chaves, as terras não cumprem sua função social. "A usina não está nem pagando os trabalhadores", afirmou. O MST do Paraná ocupou também as terras do lado paranaense.

A fazenda Guassahy, de 300 hectares, no município de Taubaté, Vale do Paraíba, foi invadida por 250 famílias. O MST alega que a área está em situação de abandono e de total improdutividade. De acordo com a Polícia Militar (PM), a terra tem vários donos. Até a tarde desta sexta, um proprietário e um arrendatário tinham procurado a corporação para providenciar a reintegração de posse na Justiça.

Durante a madrugada, 150 famílias invadiram a fazenda Ibiti, com 9 mil hectares, em Itararé, no sudoeste paulista. De acordo com o MST, as terras são exploradas irregularmente por empresas privadas desde que um decreto de desapropriação da propriedade para a reforma agrária foi revogado pelo governo federal, em 1991. Nesta sexta, a Justiça concedeu liminar para a reintegração de posse da fazenda São José, em Marabá Paulista, no Pontal, ocupada desde o dia 15 por 200 integrantes do MST. O coordenador regional informou que a área será desocupada até hoje.

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