MST pode deixar fazenda onde quatro foram mortos em Pernambuco

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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vão desocupar a fazenda em São Joaquim do Monte (PE), onde ocorreu o assassinato de quatro seguranças, se o Incra conseguir autorização para vistoriar o local. O objetivo da vistoria é definir se a fazenda pode ser desapropriada para a criação de um assentamento do MST.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (3), durante audiência na Procuradoria Geral da República, no Recife. Participaram da reunião membros do MST, o ouvidor agrário Gercino José da Silva Filho, representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do proprietário da fazenda.

Membro da Direção Estadual do MST em Pernambuco, Cássia Bechara disse ao G1 que os manifestantes só deixarão a propriedade se o dono da fazenda assinar a autorização para a vistoria do Incra, pois o órgão não pode fazer a avaliação sem essa permissão. Na quarta-feira (4), os participantes da reunião devem visitar o local para mostrar o documento assinado aos manifestantes.

"Na audiência, o proprietário concordou em autorizar. Nós só vamos sair quando todos estiverem oficialmente de acordo que será feita a vistoria. E nós não podemos ficar lá durante a vistoria, precisamos sair de qualquer forma", disse Cássia.

Além dos técnicos do Incra, vão participar da avaliação representantes do Ministério Público, dos donos da fazenda e também do MST.

Cerca de 30 famílias que ocupam o local devem acampar em frente à propriedade. Segundo o MST, após a documentação assinada, a vistoria do Incra deve começar na próxima semana. Não há prazo para a conclusão do laudo.

Conflitos

No dia 21 de fevereiro, quatro seguranças foram mortos por membros do MST. As vítimas haviam sido contratadas para proteger o local dois dias antes, quando os sem-terras deixaram o local por causa de uma reintegração de posse.

O MST afirmou que os trabalhadores agiram em legítima defesa e apresentou fotos dos homens armados. A polícia investiga o caso. Dois suspeitos de envolvimento na morte dos seguranças estão presos.