Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) voltaram a fechar, na manhã desta quarta-feira (12), a Rua Dr. Faivre, no trecho entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, no Centro de Curitiba. O novo bloqueio dá continuidade ao protesto iniciado na terça-feira (11), quando cerca de 700 sem-terra fizeram uma passeata pela cidade e posteriormente ocuparam o saguão do prédio do Ministério da Fazenda e a mesma rua fechada nesta quarta, onde fica localizada a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

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Segundo a Diretoria de Trânsito (Diretran) da Urbanização de Curitiba S.A.(Urbs), desde as 8h30, das três faixas da Dr. Faivre, duas estão liberadas para o trânsito, e, por isso, há lentidão no trecho. Agentes de trânsito orientam os motoristas que passam pelo local, mas a recomendação é utilizar caminhos alternativos por vias paralelas. Ainda segundo o órgão, aproximadamente 200 manifestantes estão no local.

Os sem-terra, que vieram de diversas regiões do Paraná, pretendem ficar no local até as 14h30, quando têm uma reunião agendada com a superintendente regional do Incra, Cláudia Sonda. A principal reivindicação do movimento é o assentamento de 5 mil famílias que estão acampadas de forma irregular em todo o estado. O ato faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que inclui protestos em 12 estados e no Distrito Federal.

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Segundo o coordenador regional do MST no Paraná, José Damasceno, nenhuma família foi assentada neste ano e a promessa da reforma agrária anda a passos lentos. "Dizem que 45 mil famílias foram assentadas no Brasil, mas isso é só no papel", afirmou Damasceno na terça-feira à Gazeta do Povo.

De acordo com o Incra, 100 famílias foram assentadas este ano no Paraná; a meta, no entanto, é dez vezes maior – pretende-se instalar mil famílias em 2009. "Sabemos que estamos bem abaixo do esperado, mas vamos cumprir a meta. Temos uma área para ser regularizada que vai receber 800 famílias", explicou a superintendente do órgão. Segundo Cláudia, a demora ocorre todos os anos por causa da burocracia. "Existe todo um trâmite para a desapropriação. É muito mais uma questão jurídica", alega.

Os agricultores devem permanecer em Curitiba até a próxima sexta-feira (14), quando participam de uma passeata e uma manifestação na Boca Maldita juntamente com outros movimentos sociais, sob o mote "não às demissões, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, e em defesa dos direitos sociais". Até lá, os sem-terra pretendem se reunir com representantes do governo do estado e do Ministério da Fazenda.

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