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Manifestação lembrou o Dia Internacional em Defesa da Soberania Alimentar | Henry Milleu/Gazeta do Povo
Manifestação lembrou o Dia Internacional em Defesa da Soberania Alimentar| Foto: Henry Milleu/Gazeta do Povo

Ponta Grossa - Oito das 27 praças de pedágio do Paraná foram invadidas ontem no Dia Internacional em Defesa da Soberania Alimentar por cerca de mil mulheres integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Via Campesina. O protesto começou pela manhã e durou cerca de sete horas. Os prejuízos em decorrência da liberação das cancelas ainda estão sendo levantados pelas concessionárias, mas segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) não houve estragos nas praças.

Foram tomadas as praças da Viapar (Mandaguari), Caminhos do Paraná (Prudentópolis), Rodonorte (São Luiz do Purunã, Ortigueira, Imbaú e Witmarsum) e Ecocataratas (Cascavel e São Miguel do Iguaçu). As manifestantes chegaram encapuzadas e viraram as câmeras de segurança para não serem reconhecidas.

"Queríamos mostrar para a sociedade a importância da soberania alimentar e os riscos do agronegócio, que valoriza a monocultura de grãos", afirma uma das coordenadoras da Via Campesina, Elaine Marchioro. Para uma das coordenadoras do MST no Paraná, Sirlene Alves Moraes, o preço dos alimentos está diretamente ligado à cobrança do pedágio. Uma das integrantes do MST, Helena Jula Taques, alega ainda que as praças de pedágio foram escolhidas para o manifesto pelo fato de usarem um patrimônio construído com o dinheiro público.

A invasão de pedágios tornou-se uma característica do MST no Paraná. Para a socióloga Maria Lúcia Barbosa, o Movimento se descaracterizou ao longo das últimas décadas. Com o uso dos pedágios, que em tese não têm relação com a reforma agrária, os sem-terra ganham visibilidade e conquistam a simpatia da sociedade. "Além disso, mostra o poder do Movimento, em abrir cancelas e permitir a passagem dos motoristas sem pagar uma taxa que está estabelecida em contrato público", completa.

Protestos

Além do Paraná, ocorreram manifestações no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, manifestantes em marcha ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, foram contidos por policiais militares que usaram armas com bala de borracha. Houve pelo menos 10 feridos leves.

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