A combinação de uma alimentação inadequada com a falta de exercícios físicos acaba tendo como principal conseqüência a obesidade. Junto com o excesso de peso aparece uma série de complicações.
De acordo com a médica endocrinologista, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, sessão Paraná, Rosana Radominski, aproximadamente metade das crianças atendidas no ambulatório de endocrinologia do Hospital das Clínicas apresenta pelo menos fatores de risco para doenças cardiovasculares. "São crianças que já sofrem de hipertensão, colesterol elevado, diabetes. Na maioria dos casos, esses problemas são conseqüência de hábitos incorretos", afirma. Além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares, a obesidade pode levar a alterações ortopédicas dermatológicas e respiratórias.
O tratamento da obesidade infantil é basicamente a mudança de hábitos. No caso das crianças, a recomendação não é eliminar completamente nenhum tipo de alimento da dieta. De acordo com a nutricionista Maria Emília Suplicy, do Hospital Pequeno Príncipe, o que se deve fazer é reduzir aos poucos o consumo dos alimentos industrializados ricos em açúcar e gorduras.
Para a psicóloga e coordenadora do Núcleo de Análise do Comportamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lídia Weber, os pais têm um papel fundamental na tentativa de melhorar as escolhas alimentares das crianças. "O modo mais efetivo de ensinar aos filhos certos comportamentos é demonstrar o comportamento e fazer com que as crianças modelem-se de acordo com este precisamente o que a tevê faz", observa. Nesse sentido, os pais devem estabelecer regras claras e dar o exemplo. "Se seu filho não come verdura, isso não é genético, ele aprendeu esse comportamento", exemplifica. Além disso, os pais não devem nunca redimir o fato de não estarem presentes no dia-a-dia da criança por meio da comida. "Dar um doce quando uma criança chora é manipular a emoção. Ela vai aprender que para fugir da dor é preciso ter prazer e um jeito de alcançar isso é comer", afirma.
