Brasília A ameaça de rompimento da aliança PSDB e PFL para a sucessão presidencial foi o primeiro impacto da mudança repentina das regras da verticalização pela Justiça Eleitoral. O pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, deixou a capital federal no início da noite sem a certeza de que o senador José Jorge (PFL-PE) continuará sendo parceiro de chapa. Uma crise interna se abateu sobre o PFL que, para ganhar tempo e reavaliar o quadro eleitoral, resolveu adiar do dia 14 para o dia 21 a convenção nacional do partido destinada a oficializar a coligação com os tucanos.
Mesmo diante dos riscos de o PFL recuar da aliança nacional, o PSDB decidiu manter a convenção nacional no próximo domingo, em Belo Horizonte. O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o nome de Alckmin será homologado, mas que a questão das alianças e do vice ficará em aberto. Essa definição será transferida para a executiva nacional do partido. O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), reuniu-se à noite com Jereissati e confirmou que cerca de 15 pefelistas estarão presentes à convenção tucana e que o partido aguardará esclarecimentos da Justiça Eleitoral.
Clima
Alckmin tentou minimizar a crise, descartando o rompimento. "Não há risco, mas vai ter um estresse nos próximos dias", disse. Preocupado, Jereissati admitiu que, se as regras forem mesmo radicais, "vai zerar tudo". "Rompimento não, mas pode haver a possibilidade, que é remota, de a coligação não se consolidar", afirmou. O clima geral entre tucanos e pefelistas era de que tudo pode acontecer nos próximos dias.
Prova disso é de que alguns novos cenários começaram a ser desenhados diante do estremecimento da aliança PSDB e PFL, motivado pelas pressões estaduais. Um deles seria uma composição com o PMDB para reorganizar a tríplice aliança.