A mudança oficial no comando da Polícia Civil do Paraná está marcada para a próxima segunda-feira (29). Uma nota foi publicada no site da Polícia Civil do Paraná no sábado (27).
Riad Braga Farhat, atual titular da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) assumirá o cargo no lugar de Marcus Vinicius Michelotto, que ocupava a posição desde janeiro de 2011. A posse ocorre a partir das 10h30, no Canal da Música, no bairro Mercês, em Curitiba.
A saída de Michelotto do comando foi anunciada pela Sesp no último dia 22. Um dia após seu afastamento, o secretário da Segurança Pública Cid Vasques informou, durante coletiva de imprensa, que foi o próprio Michelotto quem colocou o cargo à disposição.
A decisão teria sido tomada pelo ex- delegado-geral cinco dias antes do anúncio, data que coincide com a prisão dos policiais acusados de torturarem quatro homens que trabalhavam em um parque de diversões de Colombo para que eles assumissem a culpa pelo assassinato da adolescente Tayná Adriane da Silva.
Em nota, divulgada pelo Facebook da Divisão de Polícia da Região Metropolitana, Michelotto disse que a decisão de sair do comando da Polícia Civil foi tomada em comum acordo. Ele diz que não é o momento para pensar na transição em si, mas de apoiar o novo delegado Riad Farhat.
Além da troca no comando da Polícia Civil, a corregedoria-geral da instituição também passará por mudanças. Sai Paulo Ernesto Araújo Cunha e assume Valmir Soccio, que ainda não tem data para assumir a nova posição.
Antes de passar pela chefia da Denarc, Farhat havia feito carreira como delegado do Grupo Especial Tigre, equipe de elite da Polícia Civil criada em 1990, especializada em soluções de sequestros.
Estopim
Os erros nas investigações sobre a morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, que envolvem inclusive denúncias de tortura cometidas por policiais, foram a gota dágua para provocar mudanças na cúpula da Polícia Civil do estado.
Em entrevista aos jornalistas, Cid Vasques chegou a reconhecer que há um momento de crise na Polícia Civil. "(...) Esse caso [Tayná], evidentemente gerou uma crise no âmbito da policia civil, mas temos que ressaltar que as divergências na investigação foram detectadas no âmbito da própria segurança pública, pois foi a polícia científica quem detectou essas divergências", argumentou o secretário.