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Mudança no Mãe Curitibana descentraliza atenção à gestante

Unidade do programa Mãe Curitibana no bairro São Francisco passou a atender outros públicos além das gestantes. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Unidade do programa Mãe Curitibana no bairro São Francisco passou a atender outros públicos além das gestantes. (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Um dos programas mais reconhecidos de Curitiba, premiado pela Organização Pan Americana de Saúde (Opas), o Mãe Curitibana passa por mudanças. O objetivo das alterações, iniciadas em 2013, é que todas as gestantes da cidade sejam atendidas por médicos e enfermeiros da equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Com isso, a futura mãe é acompanhada durante toda a gestação pelos mesmos profissionais. Antes, faziam pré-natal em unidades de saúde com ginecologista e/ou enfermeiro sem que necessariamente a mesma equipe acompanhasse toda a gravidez.

Das 110 unidades de saúde do município, 65 possuem equipes da ESF. Há dois anos, 55 postos tinham Saúde da Família. O número de equipes aumentou de 186 para 240. Isso porque a quantidade de equipes da ESF varia em cada unidade conforme a população local.

Especialistas alertam que essas mudanças de atendimento a gestantes exige melhoras nas estruturas físicas das unidades de saúde e na contratação de mais profissionais de saúde. Com a mudança proporcionada pela Secretaria Municipal de Saúde, o atendimento com um médico especialista fica limitado a casos mais graves.

Seguindo esse novo modelo adotado pela prefeitura, a própria Unidade de Saúde Mãe Curitibana, no bairro São Francisco, deixou de ser uma clínica especializada ( que realizava primordialmente consultas a grávidas e exames ginecológicos) e passou a incorporar serviços da ESF. Dessa forma, mães e gestantes passaram a dividir o mesmo espaço com públicos de diversos perfis e problemas de saúde.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, mesmo assim, a unidade ainda mantém espaços para exames especializados a gestantes. Nesse mesmo processo, a unidade de saúde Ouvidor Pardinho deixou de atender somente idosos em 2013. A política de saúde adotada pela capital do estado tem como espelho o modelo de saúde da Inglaterra, em que se prioriza o atendimento público e a atenção primária da saúde.

Segundo o coordenador do Mãe Curitibana, Wagner Aparecido Barbosa Dias, o objetivo é fazer com que todos os exames de pré-natal passem a ser realizados pela Saúde da Família até o fim deste ano. Com o atendimento feito pelas equipes ESF, as consultas são realizadas por enfermeiras e médicos generalistas. Com exceção dos casos de gravidez de alto risco, em que a grávida é encaminhada para um hospital de referência e a um especialista.

“A mudança melhorou o fluxo de atendimento, tornando maior a eficácia do atendimento”, afirma Dias. Para aumentar o número de equipes em outras unidades de saúde, a prefeitura abriu concurso público para contratar 60 médicos.

Segundo o ex-coordenador do programa, Edvin Javier Boza Jimenez, o Mãe Curitibana, que existe desde 1999, mesmo com as mudanças estruturais implantadas pela atual gestão, continua funcionando bem. “O número da queda de mortalidade infantil comprova que está funcionando.”

O índice de mortalidade infantil na cidade encerrou 2014 no menor nível da história do município. Foram registrados 7,7 óbitos para cada mil nascidos vivos. Em 1999, no primeiro ano do programa o índice foi de 14,7. Para o atual diretor do programa, o objetivo para este ano é, pelo menos, manter esse índice. “Se reduzir, melhor ainda.”

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