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Não é tão fácil assim alterar a aparência com cirurgias plásticas. De acordo com o cirurgião plástico Júlio Fernandes, da diretoria da seccional paranaense da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), transformar completamente o rosto exigiria dos traficantes presos uma série de intervenções demoradas, com a colocação de enxertos e até tratamento ortodôntico para preparar os dentes para uma nova posição do maxilar. "Não acredito que eles tenham feito isso. Tanto que, se olharmos as fotografias, vamos perceber que as principais mudanças são apenas na coloração do cabelo e a mera inclusão de acessórios como óculos e maquiagem", aponta.

O médico – que não sabe qual foi o profissional paranaense que fez as operações dos traficantes em Curitiba – também lamenta a participação de profissionais conceituados no caso. "Entendo a posição do médico se o paciente não tenha falado a verdade sobre os motivos da cirurgia. Mesmo assim, é dever de um cirurgião encaminhar o paciente para um tratamento psicológico quando este queira fazer alterações significativas e até se recusar a operar em circunstâncias suspeitas, que configurem mudança de identidade. O normal da cirurgia é aquela que corrige e suaviza pequenas ou grandes imperfeições, não mudanças extremas", advertiu.

O profissional responsável pela cirurgia dos traficantes é membro associado da SBCP. (DD)

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