Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
ao mestre com carinho

Mudanças na educação redefiniram papel do professor em sala de aula

Mariana com dois de seus alunos: “Num modelo de educação ultrapassado, o professor só transmitia e o aluno reproduzia” | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Mariana com dois de seus alunos: “Num modelo de educação ultrapassado, o professor só transmitia e o aluno reproduzia” (Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo)
Tem boa formação: domina os conteúdos e a didática das disciplinas que ensina e desenvolve novas estratégias de ensino continuamente |

1 de 5

Tem boa formação: domina os conteúdos e a didática das disciplinas que ensina e desenvolve novas estratégias de ensino continuamente

Conhece o aluno: está atento às características de aprendizado e às experiências pessoais que cada um deles traz para a sala de aula |

2 de 5

Conhece o aluno: está atento às características de aprendizado e às experiências pessoais que cada um deles traz para a sala de aula

Acredita: manifesta altas expectativas em relação à capacidade dos alunos e incentiva a autonomia na busca pelo conhecimento |

3 de 5

Acredita: manifesta altas expectativas em relação à capacidade dos alunos e incentiva a autonomia na busca pelo conhecimento

Trabalha em equipe: compartilha experiências com outros professores, envolve os pais no processo educacional e escuta o que os alunos têm a dizer |

4 de 5

Trabalha em equipe: compartilha experiências com outros professores, envolve os pais no processo educacional e escuta o que os alunos têm a dizer

Cria vínculo: estabelece um relacionamento pautado pelo respeito, equidade, confiança, cooperação e entusiasmo |

5 de 5

Cria vínculo: estabelece um relacionamento pautado pelo respeito, equidade, confiança, cooperação e entusiasmo

Todo mundo tem pelo menos uma lembrança com eles e não é para menos: durante anos, acompanham o crescimento e desenvolvimento de crianças que chegam cada vez mais cedo às salas de aula, puxam orelhas (figurativamente) quando necessário e marcam estrelinhas nos cadernos quando merecido. À medida que crianças tornam-se adolescentes, são eles que superam, dia após dia, as oscilações de humor e de disposição e orientam os primeiros pensamentos desses jovens questionadores sobre o futuro além-escola.

Embora essa típica construção social sobre quem é o professor perdure, a profissão passou por uma grande reconfiguração nos últimos 40 anos, muito em decorrência de uma mudança no entendimento sobre o que é educação. Nas salas de aula, o professor passou de transmissor de conhecimentos para formador de cidadãos e mediador de informações.

"Até meados do século 20 a escola no Brasil foi muito tradicional. A educação era centrada no que o professor transmitia para o aluno. Depois, passamos por um período de descoberta das tecnologias da educação. Só no início do século 21 é que se passou a falar em aprender – até então se falava em ensinar. Mas não adianta ensinar se o aluno não aprende", explica Verônica Bran­co, doutora em Educação pe­la Universidade Federal do Pa­raná (UFPR) e professora no setor de Educação da instituição.

Mudou, também, o trato com o aluno. Hoje, o ensinar passa pela compreensão por parte do professor de quem é o aluno a quem ensina e quais experiências sociais ele possui. "Essa é a grande virada: considerar as vivências daquele sujeito e como ele aprende, para provocar a necessidade de aprender. A forma como se ensina tem que levar em consideração quem é cada aluno", observa Verônica.

Professora na Escola Muni­cipal Wenceslau Braz, Mariana de Oliveira Tozato, 31 anos e 10 de magistério, integra essa primeira geração de professores cuja formação foi baseada nas novas concepções pedagógicas, que situam o professor em um contexto de ensino bastante heterogêneo.

"O processo de educação envolve o contexto cultural, familiar e socioeconômico da criança. Se o professor elaborar um plano de aula sem conhecer a realidade do aluno, ele fica desconectado, quando na verdade precisa criar um vínculo forte com quem vai ensiná-lo."

Jornal faz a diferença na escola

Ao perceber uma demanda educacional não suprida, Ilze Cristina Sollner de Brito Correa, 36 anos, 20 deles dedicados ao magistério, não se fez de rogada: buscou formação especializada e passou a trabalhar com alunos surdos na Escola Municipal Ulisses Guimarães, em Campina Grande do Sul. No projeto idealizado por ela no Ler e Pensar, a professora estimula a leitura das principais notícias do dia, para que seus alunos aprimorem a compreensão do dia a dia. "Surdos têm mais dificuldade em apreender a informação completa, entendem muitas coisas fragmentadas", explica.

Ciente de que quanto mais associada à realidade vivida mais interesse a aula desperta, Ilze tratou de verificar quais assuntos eram mais familiares aos alunos e decidiu vivenciar a informação jornalística na prática. Para isso, o grupo ultrapassou os muros da escola e foi conhecer um centro de reciclagem de perto; visitou um posto de saúde e entrevistou o diretor da unidade e desbravou um centro de referência em agroecologia. Na volta, elaboraram apresentações para os colegas e um jornalzinho.

Já Mariana Tozato, professora de Ciências na Escola Municipal Wenceslau Braz, usa as edições da Gazeta do Povo para trabalhar educação ambiental com os alunos. Fez leituras e discussões direcionadas de reportagens sobre meio ambiente. Tudo mudou com as chuvas de junho, que provocaram enchentes no Paraná. "Os alunos contavam que suas casas foram alagadas, falavam das roupas e brinquedos que perderam", lembra. Defensora de práticas pedagógicas que contextualizem o conteúdo ensinado e o aproximem da realidade dos alunos, ela chamou pais e professores para um bate-papo sobre o assunto.

As principais características de um professor nota dez

Fonte: Adaptado de Referenciais para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente - Documento para Consulta Pública, MEC/Inep.

Perfil

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.