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Impacto

Você passou pela região do Alto da Glória e achou complicado?

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Uma série de mudanças no trânsito feita pela prefeitura de Curitiba no Alto da Glória vem gerando reclamações de moradores e comerciantes da região. As modificações vieram em duas levas: cinco ruas tiveram o sentido alterado no dia 2 de agosto, e outras cinco na última terça-feira. Se as da semana passada foram assimiladas tranquilamente pelos motoristas, as mais recentes têm gerado confusão, engarrafamentos e buzinaços nos horários de pico.

A prefeitura afirma ter ciência dos congestionamentos, considerando algo "normal, no começo", porque as pessoas não estão acostumadas ao novo fluxo do trânsito. Para orientar os motoristas, agentes da Setran estão diariamente na região. Segundo a prefeitura, a tendência é que, em alguns dias, o trânsito se normalize.

As modificações fazem parte do Anel Viário, projeto que tem a intenção de desafogar o trânsito na região central da cidade. A ideia é permitir o deslocamento entre oito bairros sem passar por ruas centrais, utilizando o sistema binário – transformação de ruas paralelas em mão única.

A explicação, no entanto, não tem convencido quem trabalha ou mora na região. Quem usava a área como acesso ao Centro se vê perdido. É comum ver condutores gritando insultos sem destinatário específico e agentes da Setran tendo de alertar motoristas que entram na contramão inadvertidamente.

O segurança Lauro Coutinho, que trabalha no bairro, lamenta as dificuldades geradas pela redução das áreas de estacionamento. "Mexeram e complicou tudo, do jeito que estava era bom. Tudo isso para quê? Congestionar aqui não vai desafogar o Centro", afirma.

Mão inglesa

Uma das modificações mais confusas é a instalação de uma mão inglesa na Rua Simão Bolivar, em um trecho sem saída que se inicia na altura da Rua Augusto Severo. Com o bloqueio do acesso ao Centro pela Rua Itupava, o trecho teve aumento expressivo de tráfego nos últimos dias. Como os motoristas desprevenidos não sabem que o trecho é sem saída, pensam que conseguirão acessar a Rua Mauá pela via, mas acabam tendo de retornar – a placa só foi colocada ontem à tarde.

A orientação de mão inglesa – sistematicamente desrespeitada – complica ainda mais o trânsito. "Chega a ser até divertido ficar ouvindo o repertório de xingamentos de quem entra aqui. Está um caos", diz a dona de casa Sandra Miranda, que mora nesse trecho da Simão Bolivar.

O auge do congestionamento no Alto da Glória ocorre ao meio-dia e no fim da tarde. Em conversa com a reportagem por volta das 15 horas, um agente da Setran chegou a comemorar a proximidade do fim de seu turno. "Ainda bem que às 18 horas não estarei mais aqui", disse ele.

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