A APP-Sindicato (que representa os trabalhadores em educação no Paraná) entregou ontem, durante a reunião do secretariado estadual, no Museu Oscar Niemeyer, uma carta ao governador Roberto Requião, em que condena as mudanças propostas pelo governo no Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Para o presidente da entidade, José Lemos, as alterações planejadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) podem afastar os alunos dos bancos escolares.

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Hoje, os alunos têm duas opções à disposição no EJA. No ensino presencial, a freqüência é praticamente igual à do ensino regular, com quatro horas de aula, cinco noites por semana. No semi-presencial, a matrícula é feita por disciplina e não por semestre. Apenas 30% da carga horária da disciplina é feita em sala de aula e os outros 70% em casa. Depois de passar em todas as matérias, o aluno pega o diploma do ensino fundamental ou do médio.

A Seed quer extinguir a modalidade presencial e exigir 100% do tempo em sala de aula no sistema semipresencial. A matrícula por disciplina será mantida. A secretaria argumenta que a evasão no ensino presencial é de 40%, porque ele é muito cansativo para alunos que já trabalham. Mas Lemos afirma que o novo sistema também desestimulará os estudantes. "Hoje, no semi-presencial, o aluno só precisa estar em sala de aula 30% do tempo. Se a freqüência subir para 100%, ele demorará muito mais para terminar a disciplina. Quem só tem os sábados para estudar, por exemplo, levaria quase nove anos para completar o ensino médio. Muita gente vai desistir por causa disso", estima. A APP deseja a manutenção dos dois sistemas atuais, mas sugere a elevação da carga em sala de aula no semi-presencial de 30% para 50%.

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Em outro ponto, a idade mínima para entrar no EJA, sindicato e governo concordam. Será preciso ter pelo menos 18 anos para o ensino fundamental e 21 para o médio. Segundo a assessoria de imprensa da Seed, o governo espera sugestões para melhorar a proposta do novo EJA até setembro. Em outubro, o Conselho Estadual de Educação deve começar a estudar as mudanças.