Não é só próximo ao Dia de Finados que a atenção das pessoas deve se voltar para a importância do que existe nos cemitérios. A opinião pode soar fúnebre de início, mas parte da relações públicas curitibana Clarissa Grassi, que está produzindo um livro sobre 55 esculturas de jazigos do Cemitério São Francisco de Paula (Cemitério Municipal). No estudo, Clarissa defende que o cemitério mais antigo de Curitiba, construído em 1866, possui riquezas históricas e culturais que passam despercebidas.
O projeto do livro, aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), vai contextualizar as obras de arte do cemitério com as respectivas famílias dos jazigos. "A intenção é resgatar o valor dessas esculturas enquanto obra de arte e não que são apenas estátuas de cemitério", argumenta Clarissa.
Na pesquisa, várias curiosidades. O Cemitério Municipal guarda esculturas encomendadas de artesãos da Itália e França. Como as dos jazigos das famílias Belache, Macedo e Miró. No túmulo da última, a estátua de uma figura feminina renascendo das rosas, feita por um artesão italiano com o melhor mármore do mundo, o da cidade de Carrara.
Por trás da arte dos jazigos ainda é possível encontrar algumas curiosidades, como a que envolve o portal da família José Hauer e o túmulo da família Augusto Hauer. Por terem sido construídas em caixões de chumbo, os góticos acreditam, segundo relata Clarissa, que vampiros tenham sido enterrados nestes locais. "Houve uma época em que usaram caixões de chumbo, principalmente se a morte se referia a doenças infecto-contagiosas", informa.
Algumas peças ainda chamam a atenção pela beleza e partindo de uma observação mais isolada parecem que integram monumentos históricos de praças ou museus. Essas esculturas podem inclusive reservar uma leitura dos significados de seus ícones. É o caso do anjo do apocalipse, localizado no túmulo da família Augusto Hauer. "Ele segura a trombeta com posição de espera, como se as pessoas ali enterradas estivessem aguardando o momento do juízo final", sintetiza Clarissa.
O livro, que deve ser finalizado em março de 2006, terá também consultoria da historiadora Cassiana Lacerda Carollo, professora aposentada do departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em 1995, Cassiana publicou um boletim informativo da Casa Romário Martins sobre o Cemitério Municipal. Naquela época a autora já chamava a atenção para a importância do cemitério. "Tais monumentos passam à categoria de documentos quando despertam interesse pela representatividade dos personagens ali sepultados ou por episódios e períodos aos quais estão relacionados", afirma Cassiana em sua publicação.
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