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Luto

Muito trabalho, feijão e banana: os segredos de Maria Olívia

Nos últimos anos, Maria Olívia gostava de observar o movimento da rua | Maurício Borges / Arquivo Gazeta do Povo
Nos últimos anos, Maria Olívia gostava de observar o movimento da rua (Foto: Maurício Borges / Arquivo Gazeta do Povo)

Maringá - Feijão e banana. E muito trabalho na roça. Esses eram os segredos da longevidade de Maria Olívia da Silva, segundo ela mesma. Na última quinta-feira ela morreu aos 130 anos, após o jantar.

Dona Maria Olívia residia em um casebre de madeira em Içara, distrito rural de Astorga. Criou 14 filhos – quatro adotados –, dos quais apenas três estão vivos. Netos, bisnetos e tataranetos são tantos que é difícil contar. Estima-se que sejam aproximadamente 400.

Viveu em mais de dez lugares diferentes (como Porecatu-PR, Centenário do Sul-PR, Presidente Bernardes-SP, entre outros), mas nunca abriu mão da vida no campo. Desde criança trabalhou na roça, ajudando a plantar feijão, capinar grama e a colher algodão e café.

Casou-se pela primeira vez aos 12 anos, mas foi abandonada pelo marido, que a deixou para ficar com outra mulher. Dessa união teve uma filha. Aos 28 anos casou-se novamente e teve mais nove filhos. O segundo marido, Benedito Honório da Silva, morreu aos 84 anos.

Nos últimos anos, estava com grande dificuldade para se locomover. Pesava cerca de 30 quilos, contava com 50% da visão e 20% da audição, e tinha problemas no rim, no coração e no pulmão. Por causa da saúde, Maria Olívia passava a maior parte do dia sentada em um sofá próximo à porta da casa, de onde observava o movimento da rua.

Idade não reconhecida

Os documentos de Maria Olívia da Silva apontam que ela nasceu em 28 de fevereiro de 1880 em Itapetininga, interior de São Paulo. Na quinta-feira, mesmo dia de sua morte, Antisa Khvi­chava, moradora de uma vila no oeste da Geórgia, comemorou 130 anos, o que ainda daria a Maria Olívia o recorde mundial.

O problema de oficializar dona Maria Olívia com o recorde mundial estava na falta de informações mais precisas sobre seu nascimento. Existe a dúvida se ela nasceu ou se foi apenas registrada em Itapetininga, já que ela afirma ter vindo da Polônia com seus pais.

Além disso, seu filho Apa­recido Silva contou que, na década de 1960, um incêndio na casa em que moravam, em Cente­nário do Sul-PR, destruiu todos os documentos da mãe. Mais tarde, uma nova certidão de nascimento foi tirada em Porecatu, onde a família foi morar em 1970. Os documentos foram analisados e reconhecidos pelo RankBrasil, o livro dos recordes brasileiros.

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