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Nos últimos anos, Maria Olívia gostava de observar o movimento da rua | Maurício Borges / Arquivo Gazeta do Povo
Nos últimos anos, Maria Olívia gostava de observar o movimento da rua| Foto: Maurício Borges / Arquivo Gazeta do Povo

Destaque mundial na imprensa

Sendo ou não a mulher mais velha do planeta, dona Maria Olívia se tornou destaque em jornais, revistas e programas de tevê do mundo todo. Entre os veículos que já divulgaram sua história, estão o Corriere Della Sera, da Itália; The Pueblo Chieftan e o Tucson Citzen, dos Estados Unidos; Dagbladet, da Noruega; e IOL da África do Sul. Até mesmo a renomada revista científica Live Science noticiou o fato.

Idade: Longevidade saudável é tendência

Para o geriatra Luiz Bodache, o crescimento no número de pessoas ativas e lúcidas na faixa dos 80 e 90 anos de idade é uma tendência mundial. Segundo ele, este envelhecimento saudável ocorre basicamente por fatores genéticos e porque os idosos estão se cuidando mais, principalmente as mulheres, que praticam mais atividades físicas e optam por uma boa alimentação.

Ele também destacou a valorização da medicina preventiva. "Muitas doenças evoluem sem o surgimento de sintomas; por isso, os exames periódicos são importantes neste sentido".

Vários candidatos à sucessão

Com a morte de Maria Olívia da Silva, vários "candidatos" passam a concorrer ao posto que dona Maria ocupava desde 2004 – de pessoa mais velha do país. De acordo com a diretora do RankBrasil, o livro dos recordes brasileiros, Iolete Cadari, a publicação recebeu vários formu­­lá­­rios de idosos que afirmam ter mais de 100 anos.

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Maringá - Feijão e banana. E muito trabalho na roça. Esses eram os segredos da longevidade de Maria Olívia da Silva, segundo ela mesma. Na última quinta-feira ela morreu aos 130 anos, após o jantar.

Dona Maria Olívia residia em um casebre de madeira em Içara, distrito rural de Astorga. Criou 14 filhos – quatro adotados –, dos quais apenas três estão vivos. Netos, bisnetos e tataranetos são tantos que é difícil contar. Estima-se que sejam aproximadamente 400.

Viveu em mais de dez lugares diferentes (como Porecatu-PR, Centenário do Sul-PR, Presidente Bernardes-SP, entre outros), mas nunca abriu mão da vida no campo. Desde criança trabalhou na roça, ajudando a plantar feijão, capinar grama e a colher algodão e café.

Casou-se pela primeira vez aos 12 anos, mas foi abandonada pelo marido, que a deixou para ficar com outra mulher. Dessa união teve uma filha. Aos 28 anos casou-se novamente e teve mais nove filhos. O segundo marido, Benedito Honório da Silva, morreu aos 84 anos.

Nos últimos anos, estava com grande dificuldade para se locomover. Pesava cerca de 30 quilos, contava com 50% da visão e 20% da audição, e tinha problemas no rim, no coração e no pulmão. Por causa da saúde, Maria Olívia passava a maior parte do dia sentada em um sofá próximo à porta da casa, de onde observava o movimento da rua.

Idade não reconhecida

Os documentos de Maria Olívia da Silva apontam que ela nasceu em 28 de fevereiro de 1880 em Itapetininga, interior de São Paulo. Na quinta-feira, mesmo dia de sua morte, Antisa Khvi­chava, moradora de uma vila no oeste da Geórgia, comemorou 130 anos, o que ainda daria a Maria Olívia o recorde mundial.

O problema de oficializar dona Maria Olívia com o recorde mundial estava na falta de informações mais precisas sobre seu nascimento. Existe a dúvida se ela nasceu ou se foi apenas registrada em Itapetininga, já que ela afirma ter vindo da Polônia com seus pais.

Além disso, seu filho Apa­recido Silva contou que, na década de 1960, um incêndio na casa em que moravam, em Cente­nário do Sul-PR, destruiu todos os documentos da mãe. Mais tarde, uma nova certidão de nascimento foi tirada em Porecatu, onde a família foi morar em 1970. Os documentos foram analisados e reconhecidos pelo RankBrasil, o livro dos recordes brasileiros.

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