Natalina de Lima, de 32 anos, morreu na noite de quinta-feira (10), em Curitiba, depois de ser liberada duas vezes do Hospital do Trabalhador. Ela foi agredida na cabeça com pedras e jogada em um rio na sexta-feira (4), na Vila Alto Barigüi, na Cidade Industrial de Curitiba.

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De acordo com a mãe de Natalina, Terezinha Martins de Lima, 68 anos, a filha foi agredida na madrugada de sexta-feira (4) e levada pelo Siate até o Hospital do Trabalhador. A família só soube do caso às 7h30, depois de uma ligação do hospital. Natalina foi liberada no sábado (5) e foi para casa de ônibus acompanhada pela mãe. Às 2h de domingo, ela começou a passar mal novamente e, às 6h, uma ambulância do Samu foi buscá-la para mandá-la, pela segunda vez, ao Hospital do Trabalhador.

De acordo com Terezinha, na segunda visita ao hospital, a filha recebeu soro para a dor e foi liberada mais uma vez. Ao observar o estado de Natalina, Terezinha conversou com uma assistente social, que disse que a jovem sofria de abstinência. Natalina era alcoólatra e usuária de crack, mas, segundo a mãe, nunca havia apresentado um estado de abstinência grave.

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Terezinha contou que, de volta em casa, a filha estava com dificuldade para respirar e tinha fortes dores de cabeça. "Ela não podia respirar e gritava de dor de cabeça. Estava tudo roxo e inchado". Na manhã de segunda-feira, a mãe ligou para o posto de saúde da Vila Santa Rita, no bairro Tatuquara, e as enfermeiras do posto foram até a casa de Natalina. De lá, elas ligaram para o Samu, que a levou para a Unidade de Saúde 24 Horas do Sítio Cercado, onde foi medicada e encaminhada novamente para o Hospital do Trabalhador.

Natalina passou a noite de segunda-feira no hospital, sendo medicada no corredor, segundo a mãe. Terezinha também conta que por ter sido jogada em um rio, havia muita lama na cabeça da moça e o cabelo não havia sido cortado. "Ela tinha cabelo comprido e estava empastado de sangue e lama do rio. Só foram cortar o cabelo e dar banho na hora que ela foi para a UTI". Natalina ficou na Unidade de Terapia Intensiva até as 22h23 de quinta-feira (10), quando morreu por causa de fraturas no crânio que evoluíram para uma infecção grave, segundo relatório na Delegacia de Homicídios.

A assessoria do Hospital do Trabalhador declarou, por telefone, que os médicos que atenderam a paciente não estavam disponíveis para comentar o caso. A assessoria informou, ainda, que o prontuário sobre a morte de Natalina estava sendo analisado por uma comissão responsável por revisar os óbitos que acontecem no hospital. Dessa forma, a instituição não poderá se pronunciar até que tenha acesso a todos os prontuários, o que deve acontecer somente na segunda-feira (14) pela manhã.

Natalina vivia com o marido e o filho de 12 anos. Ela teria saído de casa na noite anterior ao crime, sem dizer aonde ia. Segundo Terezinha, na ficha do HT dizia que a agressão havia sido na residência da jovem, no bairro Fazendinha, mas a mãe informou que a filha foi encontrada na rua e que ela nunca morou no Fazendinha.

A DH já identificou o autor do crime, um traficante que tem condenação por homicídio. O nome dele não foi divulgado.

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