Brasília As mulheres ainda serão minoria no Congresso Nacional, nas assembléias legislativas e nos governos estaduais na próxima legislatura. Levantamento da ONG Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) demonstra que, das 2.498 mulheres que disputaram as eleições no último domingo, somente 175 conseguiram se eleger o que representa apenas 7% do total. O número ainda pode aumentar uma vez que cinco candidatas disputam o segundo turno para governos estaduais.
No Congresso, elas podem chegar a 57 no ano que vem, número que representa apenas 9,5% de todos os deputados e senadores. Para a Câmara, foram eleitas 45 deputadas entre os 513 parlamentares. Já no Senado, foram eleitas quatro, mas como apenas um terço da Casa Legislativa foi renovado, outras senadoras aumentam a bancada feminina para 12.
A socióloga do Cfemea, Almira Rodrigues, afirma que a comparação com as eleições de 2002 indica um resultado "péssimo" para as mulheres. "Fica o sentimento de que a eleição de mulheres é um acontecimento cada vez mais difícil", disse.
Em 2002, foram eleitas para a Câmara 42 mulheres contra 45 neste ano. No Senado, oito mulheres conseguiram chegar ao parlamento, enquanto em 2006 foram apenas quatro. Três das eleitas ao Senado são do PFL e uma do PSDB. Todas são das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
"No caso do Senado, que os resultados foram proporcionais, sendo que em ambas as eleições elas conquistaram 14,8% do total de cadeiras", disse a socióloga, ao lembrar que em 2002 dois terços das cadeiras do Senado estavam em disputa.
Já em relação à Câmara, Almira observou que o resultado foi muito pequeno uma vez que 29 partidos políticos lançaram 652 candidatas em todos os estados brasileiros. Oito estados não elegeram nenhuma mulher para a Câmara: Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Piauí, Sergipe e Tocantins. Os estados que mais elegeram mulheres, em termos proporcionais, foram o Amapá e o Espírito Santo.
O partido que terá o maior número de deputadas é o PMDB, com nove representantes, seguido pelo PT, com sete, e o PSB, seis. O PFL elegeu quatro mulheres e o PSDB, três. A sociológica destacou que PT, PSDB e PFL diminuíram suas bancadas femininas em relação a 2002.
No governo
As mulheres disputaram governos estaduais em 18 unidades federativas, mas nenhuma conseguiu se eleger no primeiro turno. Das 26 mulheres que se lançaram na disputa, cinco vão tentar se eleger no segundo turno: Ana Júlia Carepa (PT-PA), Denise Frossard (PPS-RJ), Roseana Sarney (PFL-MA), Wilma de Faria (PSB-RN) e Yeda Crusius (PSDB-RS).
Segundo Almira Rodrigues, as candidatas que disputam o segundo turno têm trajetória política consolidada. "É interessante observar, ainda, que as cinco candidatas são de diferentes partidos e diferentes regiões do país", ressaltou.
Em 2002, foram eleitas apenas duas governadoras: Wilma de Faria, no primeiro turno, e Rosinha Garotinho (PMDB-RJ), no segundo turno.
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