A Polícia Civil anunciou ontem que Eva Cássia Ferrarezi Zeglan, 40 anos, confessou ter assassinado a adolescente Paloma Agostinho, 16 anos, encontrada morta no fim de semana, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Em depoimento, Eva disse que cometeu o crime porque a jovem teria desistido de vender o filho recém-nascido a ela. A mulher havia sido presa na quarta-feira, no Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste do estado.
"Segundo a acusada, a adolescente havia negociado a venda da criança, mas se arrependeu e quis desfazer o negócio", disse o delegado Hamilton da Paz, chefe da Divisão Metropolitana. "Eva usou um pano para enforcar a vítima", complementou.
Paloma desapareceu no último dia 24, em Guaratuba, depois de ter levado o filho a um posto de saúde, para fazer o exame do pezinho. Segundo a polícia, Eva convenceu a jovem a acompanhá-la a São José dos Pinhais, onde a adolescente receberia R$ 1,5 mil para lhe entregar a criança. Paloma e o filho permaneceram na cidade até a manhã de sábado, quando a adolescente foi assassinada e teve o corpo abandonado em uma estrada de terra, no bairro Rio Pequeno.
"Paloma desistiu de entregar o filho e as duas entraram em luta corporal. Depois de matar a menina, Eva rodou com o corpo da adolescente dentro do carro por um tempo", contou o delegado Gil Rocha Tesseroli. De acordo com a polícia, Eva havia alugado uma casa em Guaratuba, próximo da residência da avó de Paloma, onde conheceu a jovem.
Fuga
Após cometer o crime, Eva teria retornado com o bebê de Paloma a Guaratuba para pegar seus supostos dois filhos (uma jovem de 19 anos e um de 15 anos) e uma menina de 5 anos, que pretendia adotar. A bordo do Palio de Eva, o grupo seguiu ao Oeste do estado. Na terça-feira, Eva passou por Guaraniaçu, onde abandonou o filho de Paloma na Igreja Nossa Senhora de Fátima. Junto com a criança, ela deixou um bilhete, tentando despistar a polícia.
Eva foi presa no dia seguinte. No carro, foram encontrados roupas de criança, fraldas, lenços umedecidos, leite em pó para recém-nascidos, cobertores e a certidão de nascimento do filho de Paloma. "Durante a abordagem, ela disse que visitaria uma amiga em Foz do Iguaçu, mas não tinha nem o telefone nem o endereço desta pessoa. Acreditamos que Eva procurava fugir do flagrante", apontou o delegado Lúcio Lugli.
Evidências
Para o delegado Hamilton da Paz, a troca de informações entre as polícias de São José dos Pinhais, Guaratuba e Foz do Iguaçu foi determinante para que o caso fosse solucionado. Segundo a polícia, os depoimentos de um pai de santo e de uma atendente de um centro de umbanda de Guaratuba foram fundamentais.
Antes de tentar fugir para o Oeste do estado, Eva teria levado o bebê de Paloma para receber uma bênção no centro de umbanda. "Eles conversaram com Eva, que teria confessado a eles que fez uma grande besteira e que essa besteira envolvia morte", disse Tesseroli. O pai de santo denunciou o fato à polícia. Eva deve ser indiciada por sequestro seguido de morte.O pai do bebê, Jefferson de Góes, 33 anos, também foi ouvido pela polícia. Por enquanto, não há evidências de que ele soubesse da suposta "venda" do filho. O futuro do bebê será decidido pela Justiça.
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