A dona de casa Dirce Hermann, 23 anos, deu à luz no meio da rua, em Foz do Iguaçu, Oeste do estado, depois de ser dispensada pelo médico. O parto ocorreu na quinta-feira (13), poucas horas após ela receber o diagnóstico de que as dores que sentia seriam causadas por uma infecção urinária. A família pretende processar o médico e o Hospital Ministro Costa Cavalcanti, conveniado ao Sistema Único de Saúde.
De acordo com o relato de Sandro Regino Machado, marido de Dirce, ela havia sido internada na segunda-feira (10) com quadro de hemorragia. Mesmo tendo afirmado estar grávida de nove meses, ela recebeu o diagnóstico de que o nascimento seria prematuro, com previsão de parto entre os dias 20 e 25 deste mês.
Liberada na última quarta-feira (12), Dirce não conseguiu obter os remédios prescritos pelo obstetra. Na madrugada seguinte, as dores retornaram e ela voltou ao hospital. Depois de submetida a exames, a dona de casa novamente foi orientada a retornar para casa, em uma favela na periferia da cidade. Dirce conta que o médico falou para continuar a tomar o remédio, pois ela tinha uma infecção na bexiga e que a dor iria melhorar com os remédios. No trajeto, ela foi surpreendida pelas dores e socorrida pela irmã e o marido.
Dirce deu à luz na calçada e uma vizinha ajudou no parto. A menina, com 2,1 quilos, recebeu o nome de Grazielli Vitória. Mesmo mãe e filha passando bem, o casal disse querer "tomar providências", pois ambas poderiam ter morrido.
Exames indicaram infecção urinária
Em nota, o diretor-técnico do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, Valmir Pineli Alves, afirmou que exames de sangue e urina indicaram que Dirce estava com infecção urinária, sendo necessário internamento por dois dias a partir de segunda-feira (10). No retorno à unidade, no dia 13 de setembro, a avaliação do médico de plantão no Centro Obstétrico foi de que o cólon uterino estaria fechado. Conforme Pineli, "embora não seja comum, fatores como cansaço, estresse, calor, o trajeto de ônibus e também por ela estar em sua quarta gestação, podem ter contribuído para acelerar o parto do bebê".
O médico também lembra que o atendimento à paciente ocorreu às 9h20, e o parto, segundo Sandro Regino Machado, às 12h30. A conduta do plantonista que atendeu a mãe está sendo avaliada pelo Conselho Diretor da Fundação de Saúde Itaiguapy, administradora do Hospital Costa Cavalcanti, completa a nota.