Uma empregada doméstica foi presa nesta sexta-feira (18), em Curitiba, acusada de ter assassinado o empresário Arnaldo de Souza, de 54 anos, que era sócio do tradicional "Baile do Pato", realizado em Piraquara, na região metropolitana. Segundo a polícia, uma apólice de seguro de vida em nome da filha da acusada motivou o crime. O caso era investigado desde o dia 17 de setembro, quando Souza desapareceu. O corpo foi encontrado no dia seguinte, próximo ao Aterro da Caximba.
Segundo a Delegacia de Homicídios (DH), a acusada Giselly Kuiava, de 29 anos, trabalhou como empregada doméstica na residência de Souza, em Piraquara, por quase um ano. Neste período, ela e a filha de 13 anos moraram na mesma casa que o empresário. De acordo com o delegado Cristiano Augusto Quintas dos Santos, as investigações apontam que a menina passou a se relacionar com o homem, incentivada pela própria mãe. Em troca, o empresário dava apoio financeiro às duas.
"Tanto testemunhas ouvidas, quando familiares da vítima relataram que o relacionamento entre a jovem e o empresário ocorria por interesse", disse o delegado. "A garota, inclusive, dizia ter mais de 16 anos e portava, inclusive, documentos falsos", complementou.
Em fevereiro deste ano, Giselly e a filha teriam saído da casa de Souza e se mudado para uma casa na Vila Oficinas, em Curitiba. Segundo o delegado, dois meses depois, no entanto, a doméstica teria voltado a procurar o empresário. "Ela [Giselly] disse que estava passando por dificuldades e voltou a aceitar que a filha se relacionasse com Arnaldo [Souza]", disse o delegado.
Mãe e filha teriam continuado a morar na Vila Oficinas, mas, segundo as investigações, voltaram a receber apoio financeiro do empresário. Neste período, Souza chegou a fazer um seguro de vida em nome da adolescente no valor de R$ 10 mil, em uma casa das Lojas Marisa. "Ela [Giselly] premeditou o crime, já sabendo do seguro", afirmou Quintas dos Santos.
Assassinato
De acordo com a polícia, Souza foi assassinado na casa em que Giselly morava, na Vila Oficinas. O empresário foi morto a golpes de faca e o corpo dele foi abandonado próximo ao Aterro da Caximba. Segundo a polícia, quando saiu de casa pela última vez, Souza fez compras em um supermercado em Piraquara. Sacolas com a logomarca do estabelecimento foram encontradas na residência da acusada. "Conseguimos informações de que o empresário esteve na casa. Após isso, o Instituto de Identificação (ID) periciou o local e encontrou vestígios de sangue", apontou o delegado.
Um dia depois que o corpo do empresário foi identificado, Giselly e a filha se mudaram para o Jardim das Américas. Como a doméstica não tem habilitação e não sabe dirigir, a polícia acredita que pelo menos mais uma pessoa tenha envolvimento no assassinato. "Se ela não teve ajuda na execução, teve no transporte", disse Quintas dos Santos.
Acusada nega o crime
Giselly Kuiava negou participação no crime e disse não saber o motivo pelo qual foi presa. "Eu me dava bem com o Arnaldo [Souza]. Ele sempre fazia churrasco e me chamava", exemplificou. A doméstica também refutou as acusações de que tenha oferecido a filha ao empresário e acrescentou que a menina o tinha como um pai. "Apesar disso, ele ainda cantava a minha filha", observou.
A família de Souza nomeou o advogado Luiz Alberto Pereira Paixão para atuar como assistente da promotoria, para acompanhar o caso. Por meio de seu representante, o casal de filhos do empresário classificou o assassinato como "um crime hediondo, cometido com requintes de crueldade". "Eles [os filhos do empresário] estão bastante chocados, porque Souza era um pai prestativo e amoroso. Queremos que os responsáveis sejam condenados na medida da lei", disse o advogado.
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