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Uma mulher foi imobilizada por policiais militares na hora do almoço desta sexta-feira (29) no restaurante do Sesc Centro, em Curitiba. Os policiais levaram a mulher para o 1º Distrito Policial por ela supostamente não ter respeitado as normas do estabelecimento. Testemunhas apontam que houve truculência policial e um possível preconceito – a mulher, de 37 anos, é negra.

De acordo com o segurança José da Cruz Oliveira, a mulher tentou entrar no restaurante sem fazer uma carteirinha exigida pelo estabelecimento. Ela teria se negado argumentando que em Londrina, cidade de onde ela veio, o procedimento não é necessário. A mulher teria forçado a entrada. "Ela deixou o dinheiro e entrou por uma porta lateral", disse o advogado Adriano Costa e Silva, que estava almoçando no Sesc.

Oliveira tentou barrá-la, mas caiu diante da mulher de 1,90 metro de altura e aproximadamente 100 quilos, sofrendo uma escoriação leve no braço direito. A segurança chamou a polícia. De acordo com o cabo Favoretto, foi pedido que ela os acompanhasse até a delegacia, mas a mulher se negou. "Tentamos conversar, mas ela insistia que tinha o direito de estar lá. Demos voz de prisão por desobediência", afirma o cabo. Outro dos cinco policiais militares que foram até o Sesc conta que esperaram ela terminar de comer para depois "convidá-la a se retirar".

De acordo com advogado, ela teria se levantado e pedido para ir ao banheiro – um dos cinco concedeu, mas logo depois um policial teria dado uma gravata. "Levaram ela até a cozinha e não sei mais o que fizeram. Deu para ver que a atitude era preconceituosa", afirma Silva.

Testemunhas x direção

A confusão seguiu depois com um diretor do Sesc e as testemunhas, que apontaram truculência policial. "O diretor disse que o mesmo poderia acontecer conosco se insistíssemos. Tenho mais três amigos que testemunharam isso", relata o advogado.

A diretoria do Sesc foi contatada pela reportagem, mas até o momento não se pronunciou. A mulher foi levada até a delegacia que atende a região do Centro. "Foi um desrespeito. Nenhum Sesc exige isso [carteirinha]", relata a acusada, que não quis falar mais sobre o caso.

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