Uma mulher, de 78 anos, morreu na noite desta segunda-feira enquanto esperava uma vaga na UTI do Hospital Universitário (HU) de Londrina, no Norte do Paraná. Ana Maria Lanza esperava desde sexta-feira por uma vaga de UTI, segundo reportagem do ParanáTV.

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Os pacientes que aguardavam leitos de UTI estavam instalados de forma precária, nos prontos-socorros médico e cirúrgico, na enfermaria e até mesmo no setor de hemodinâmica. Segundo o diretor clínico do HU, Sinésio Moreira Júnior, as 17 vagas de UTI do HU estão ocupadas desde a semana passada. Um rapaz, vítima de acidente de trânsito e com traumatismo craniano grave, aguarda vaga na UTI há três dias.

Demonstrando uma visível insatisfação com a situação, Moreira Júnior lembrou que a precariedade no atendimento pode influir diretamente no tratamento. "Jamais podemos descartar a possibilidade do quadro piorar, pois os pacientes não estão sob atendimento ideal".

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Moreira Júnior disse que a Central Estadual de Leitos foi acionada desde o final da semana passada, mas ainda não conseguiu internar os pacientes em outros hospitais. A Santa Casa e o Evangélico também estão atendendo dentro do limite. "A central teria encaminhado para outros locais caso houvesse vagas".

Nesta terça-feira, o hospital só está atendendo casos de emergência e usa salas e consultórios de atendimento como quartos de internação. O pronto socorro tem 38 leitos, mas está com 66 pacientes, alguns em macas e cadeiras.

Sem vagas, o hospital suspendeu a entrada de novos pacientes e só recebe casos urgentes. Na segunda-feira, várias cirurgias foram canceladas e os pacientes foram dispensados.

Ana Maria Lanza, que morreu à espera de vaga, sofria de problemas renais e urinários esperava há quatro dias uma vaga na UTI.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que está comprando equipamentos para ampliar os leitos de UTI na região de Londrina. Há 14 novos leitos já instalados que receberam autorização para começar a serem usados no atendimento dos pacientes no Hospital João de Freitas, em Arapongas.

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Em Londrina, a Santa Casa deverá oferecer oito novos leitos nos próximos 15 dias. E para o Hospital Universitário, está em estudo uma proposta de ampliação, com a reforma de uma ala.

Segundo a Secretaria, também está programada a compra de equipamentos para leitos de UTI em Ponta Grossa, Irati e Rio Negro.

Pronto-socorro

Além dos problemas na UTI, o HU também viveu nesta segunda-feira uma manhã de caos no pronto-socorro que atendeu além do limite. O PS contabilizava até o final da manhã de ontem 57 pessoas internadas - muitas em macas nos corredores. "Estamos vivendo uma sobrecarga há 10 dias, o que dificulta o atendimento geral", explicou o diretor clínico.

A mesma dificuldade foi registrada no Hospital da Zona Norte, onde os pacientes estavam sendo atendidos em macas improvisadas e até em cadeiras. Apesar disso, o pronto-socorro funcionava sem restrições. Na Santa Casa e Hospital da Zona Sul o atendimento no PS era normal.

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Previsão

Em junho, durante uma audiência pública para se discutir o atendimento na rede pública de saúde, um documento do HU indicou que nos primeiros seis meses deste ano 25 pessoas "potencialmente recuperáveis" morreram na enfermaria e no pronto-socorro do hospital esperando um leito de UTI. O documento ainda apontava que 327 pacientes com indicação de UTI "não foram admitidos imediatamente por falta de vagas".

Esses dados vieram à tona em junho, depois que Marinez Batista Pires, de 36 anos, morreu no Hospital da Zona Norte (HZN) após esperar por sete horas uma transferência para um leito de UTI.Em agosto, uma comissão criada para analisar a situação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em Londrina apontou a necessidade de ampliar em 20% a 25% o número desses leitos. Atualmente, há 94 vagas de UTI que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O drama daqueles que precisam de um leito na UTI é mostrado na reportagem em vídeo. Confira