Um grupo de manifestantes está reunido na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, em um ato a favor do parto humanizado e pelo fim da violência obstétrica nesta sexta-feira (11). O encontro, que é organizado nacionalmente pela organização não governamental Artemis, começou por volta das 14 horas e irá até as 20 horas, com panfletagem e manifestações culturais.
De acordo com Helena Munhoz, uma das organizadoras do evento, o ato busca conscientizar as mulheres sobre as violências sofridas durante o período de gestação e de concepção e lembrar o caso da gaúcha Adelir Carmem Lemos de Góes, de 29 anos, que foi forçada no dia 2 de abril, por meio de um mandado emitido pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), a fazer uma cesariana.
"Nós queremos sensibilizar a sociedade sobre o que aconteceu, porque a Adelir passou não só por uma violência obstétrica, mas também policial", conta Helena, ao recordar que a polícia foi acionada para leva-la até a maternidade, na cidade de Torres, para realizar o procedimento cirúrgico, mesmo contra a vontade da mãe.
Para protestar contra a ação do MP-RS, que foi classificada pela organizadora como "judicialização" do parto, a Artemis e outros grupos lançaram uma petição on-line para que o órgão público faça uma retratação e que não emita mais decisões como a que ocorreu no Rio Grande do Sul. Até o fim da tarde desta sexta a petição tinha 4.525 assinaturas.
Violência
Embora Helena Munhoz admita que o caso de Adelir seja uma exceção, a organizadora alerta que a violência obstétrica no Brasil é comum. Entre os problemas estão o constrangimento das gestantes durante o atendimento do pré-natal por escolaridade ou classe social; o impedimento ou retardamento do contato das crianças com as mães após o nascimento; e a realização de cesarianas sem indicação clínica.
"No Brasil a taxa de cesarianas fica em torno de 80%, enquanto que nos países europeus o máximo é de 15%", disse Munhoz, ao defender a liberdade das mulheres para escolher qual tipo de parto elas pretendem.
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