Ao menos sete mulheres tiveram queimaduras nos braços e nas pernas após uma sessão de bronzeamento em uma clínica em Jataí, no interior de Goiás. A Polícia Civil investiga o caso.
Segundo o delegado João Paulo Forigotti, duas delas chegaram a apresentar queimaduras de segundo grau em cerca de 80% do corpo após uma sessão de bronzeamento com produtos realizada no dia 2.
Após sentirem dores e notarem o surgimento de bolhas pelo corpo, elas foram internadas no Centro Médico de Jataí. Em seguida, foram transferidas para a UTI do Hospital de Queimaduras de Goiânia.Outras vítimas já foram identificadas e devem ser ouvidas nesta semana, segundo o delegado.
As mulheres relataram à polícia que já haviam participado de outras sessões no local, mas que na última vez foi aplicado um produto diferente para acelerar o bronzeamento sob o sol: um óleo de canela com coco.
De acordo com o delegado, o produto não foi localizado. As sessões de bronzeamento costumavam ocorrer das 9h às 11h, de acordo com relato das vítimas e familiares à polícia.
"É uma prática de bronzeamento natural, mas que é não é tão natural", diz Kelle Mello, coordenadora da Vigilância Sanitária de Jataí, que também investiga o caso.
Segundo ela, o local, misto de clínica e salão de beleza, funcionava de forma clandestina nos fundos de uma casa, onde também eram oferecidos outros serviços, como depilação.
Após saber das denúncias, a Vigilância Sanitária interditou o local. O nome da proprietária não foi divulgado.Durante a fiscalização do órgão, a proprietária alegou ter descartado todo o produto utilizado nas sessões.
"Ela disse que usou um produto com base em óleo de coco e canela. Mas não tivemos acesso a esse produto", diz Mello.Ainda segundo a coordenadora, não há legislação específica sobre a atividade de bronzeamento natural, o que dificulta a fiscalização.