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Campos Gerais

Multas por desmatamento de araucárias podem chegar a R$ 5 milhões

Proprietário tinha permissão para derrubar árvores, mas o desmatamento avançou sobre área de preservação | Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Proprietário tinha permissão para derrubar árvores, mas o desmatamento avançou sobre área de preservação (Foto: Henry Milléo / Agência de Notícias Gazeta do Povo)
Mais de mil araucárias foram derrubadas |

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Mais de mil araucárias foram derrubadas

O maior desmatamento ilegal do ano da região de Castro, nos Campos Gerais descoberto pela Força Verde da Polícia Militar na quinta-feira (22) pode render multas de até R$ 5 milhões para os envolvidos. Ao todo, 1.057 araucárias, sete imbuias e 329 árvores nativas de diversas espécies foram cortadas sem permissão. Além do proprietário da área, quatro serrarias que receberam a madeira ilegal e uma empresa que realizou a terraplanagem podem ser indiciados.

De acordo com o comandante do posto da Polícia Ambiental Vila Velha, em Ponta Grossa, sub-tenente Jamil Dainelli, o proprietário tinha autorização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para realizar o corte de 2,5 mil pinheiros plantados (não nativos), mas excedeu a licença e realizou a destoca de mais de cinco hectares. "Verificamos que quatro serrarias da cidade de Castro receberam a madeira. Além delas, a empresa que realizou a destoca também vai ser indiciada, assim como o proprietário", disse Dainelli.

Os envolvidos não tiveram os nomes divulgados, mas devem prestar depoimento em 15 dias, quando o estudo do impacto causado pelo crime ambiental será finalizado. Os indiciados podem ser condenados de um a três anos de prisão, além de pagar multas. Segundo Dainelli, imbuia e araucária, que correm risco de extinção, têm multa estipulada em R$ 500 para cada árvore derrubada. Já no caso das outras árvores nativas, o valor é de R$ 300. A terraplanagem proibida custa R$ 7,5 mil para cada hectare. Feitos os cálculos preliminares, o comandante da Polícia Ambiental de Vila Velha estima que as multas podem chegar a R$ 5 milhões.

Outra irregularidade que está sendo avaliada é o uso de autorizações legais, como o Documento de Origem Florestal (DOF), para ocultar a retirada das árvores. A suspeita é que, como havia liberação para o corte de algumas árvores, os envolvidos tenham se aproveitado do documento para "legalizar" a madeira protegida.

Para a bióloga e ambientalista Andresa Jacobs, do Grupo Fauna, de Ponta Grossa, além do desmatamento de árvores em extinção, toda a fauna que sobrevive na região sofre com ações como esta. Para ela, o prejuízo é incalculável. Segundo a Força Verde, o reflorestamento da área desmatada deve levar, no mínimo, 30 anos.

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