O aproveitamento do gás metano produzido pela decomposição do lixo urbano é um dos mecanismos de desenvolvimento limpo (MDLs) previstos pelo Protocolo de Kyoto, o tratado internacional que prevê a redução da emissão de gases causadores do aquecimento da Terra. O gerente-executivo do programa de resíduos sólidos urbanos do Ministério do Meio Ambiente, Marco Antônio Borzino, afirma que o metano é um dos gases causadores do efeito estufa.
Caso os municípios brasileiros selecionados pelo governo federal venham efetivamente a aproveitar o metano produzido pelo lixo urbano, poderão ganhar dinheiro negociando "créditos de carbono". Borzino explica que, de acordo com o Protocolo de Kyoto, os países desenvolvidos terão de reduzir, até 2012, as emissões de gases causadores do efeito estufa aos níveis de 1990. Caso não consigam diminuí-las, poderão comprar créditos de carbono para abater de suas emissões. Esses créditos são uma espécie de moeda internacional produzida em países em desenvolvimento que adotem MDLs. Cada MDL como o aproveitamento do metano, por exemplo vai render uma determinada quantidade de créditos de carbono, pois evita que sejam lançados na atmosfera gases que, sem o mecanismo, normalmente seriam emitidos no ar. Estima-se que, até 2012, o mercado global desse tipo de crédito vai movimentar cerca de US$ 10 bilhões.