Museu de Paranaguá mostra técnicas de “cama-de-gato” tradicionais de aldeias indígenas

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O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que fica em Paranaguá, no Litoral, inaugura nesta sexta-feira (24) a exposição Kãchi Katukina, que mostra em quadros e vídeos brincadeiras com barbantes, popularmente conhecidas como “cama-de-gato”.

A exposição mostra variações da brincadeira com desenhos mais bem elaborados e que exigem técnicas especiais. “Eles mostram a anatomia dos vegetais, dos animais, alguns mostram anatomia humana”, explica a professora da UFPR Edilene Cofacci de Lima, curadora e pesquisadora do projeto.

A técnica foi descoberta pela professora em 1997, em uma das visitas que fazia à aldeia Terra Indígena Campinas Katukina, na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre. “A principal diferença da brincadeira feita por eles na tribo é que não é um jogo para duas pessoas, mas cada um faz seu próprio jogo, então há uma competição sem rivalidade”, esclarece.

O MAE recebe mais de 30 mil visitantes por ano, a maioria deles são crianças do ensino fundamental em excursões com escolas, por isso, os Katukinas Fábio Silva e Nivaldo Rodrigues - em indígena Wisi e Mame –, que estão em Paranaguá para inaugurar a exposição, gravaram um vídeo para mostrar como os desenhos são feitos.

Todos os Kãchi (barbantes já desenhados) foram produzidos pelos membros da aldeia. “A minha mãe aprendeu com a avó dela e ensinou pra mim. Eu ensino para todas as crianças, adolescentes e adultos. Quem vier visitar a exposição vai aprender a fazer também”, garante Mame, que sabe fazer cerca de 16 formatos diferentes com o jogo de barbante.

A habilidade, no Acre, é desenvolvida apenas entre os Katukinas, que usam não só as mãos para entrelaçar o fio, mas também a boca e até os pés.