Parte dos museus de Curitiba não atende a todas as normas de segurança para prevenção de incêndios estabelecidos pelo Corpo de Bombeiros. O descumprimento das orientações pode colocar em risco as edificações, os acervos, frequentadores e quem trabalha nesses espaços – a exemplo do fogo que tomou conta na semana passada do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Orientação
O coordenador do Sistema Estadual de Museus e diretor do Museu Paranaense, Renato Carneiro Junior, afirma que pretende neste ano reunir os responsáveis pelos cerca de 300 museus do Paraná para realizar um treinamento das equipes e alertar para que as normas mínimas de segurança sejam cumpridas.
Arte sacra
Em relação ao Museu de Arte Sacra, localizado no Largo da Ordem, não há nenhum relatório recente dos Bombeiros. Porém, a reportagem constatou que mesmo que lá exista três extintores de incêndio, não há sinalização outra saída para os visitantes. A Fundação Cultural de Curitiba, responsável pelo espaço, informa que pelo tamanho do local e a baixa capacidade de público (cerca de 50 pessoas), a porta de entrada também dá conta de funcionar como saída de emergência em caso de algum foco de incêndio.
recomendações
Veja algumas das exigências dos Bombeiros:
- Extintor de incêndio
- Saída de emergência
- Sinalização e iluminação específica
- Plano de Emergência
- Brigada de Incêndio
- Hidrantes
- Treinamento dos brigadistas para resgate de vítimas, bem como atuar para proteger o acervo
- Chuveiros automáticos para edificações acima de 30 metros.
Fonte: Corpo de Bombeiros
Conforme relatórios do próprio Corpo de Bombeiros da capital, cinco museus estão em desacordo com as regras e orientações estabelecidas pela corporação: Museu de Arte Contemporânea (MAC), Museu Oscar Niemeyer (MON), o Alfredo Andersen, Museu Paranaense e Museu do Expedicionário. Além destes espaços que foram alvos de vistorias dos Bombeiros, a reportagem constatou que o Museu de Arte Sacra também está fora dos padrões mínimos de segurança.
Apenas dois desses espaços já estão se adequando às recomendações: o MON e o do Expedicionário. O Museu Paranaense, contudo, está com um projeto em andamento que deve ser colocado em prática em 2016.
O MON possui, para os bombeiros, as condições mínimas de segurança, porém precisa passar por algumas reformas no Auditório Poty Lazzarotto. A assessoria do local confirma que o auditório passa neste mês por reformas para instalar saída de emergência e a troca do carpete por outro material menos inflamável. Os funcionários também passaram por treinamentos caso haja algum foco de incêndio em novembro e devem ter um novo treinamento em janeiro.
Já o Museu do Expedicionário firmou um Termo de Ajustamento de Conduta que vence em janeiro para elaborar o projeto de prevenção de incêndio e implantar algumas medidas, como saídas de emergência.
Irregularidades
Segundo os bombeiros, o MAC e Museu Alfredo Andersen não possuem nenhum projeto de prevenção de incêndio, há falta de sinalização e os espaços não são adaptados para facilitar uma eventual saída das pessoas. Apesar desses relatórios datarem de 2013, a corporação informa que nenhum responsável procurou os bombeiros para regularizar a situação até o momento.
Em visita realizada pela reportagem ao MAC, por exemplo, foi constatada que não há sinalização alguma sobre saída de emergência e nem mesmo uma saída emergencial foi encontrada. Somente no piso superior é que foi constatada a existência de dois extintores – um estava próximo ao banheiro feminino e outro perto do sanitário masculino.
Paranaense
Nesse mesmo estudo, a vistoria identificou que o Museu Paranaense precisa elaborar o projeto de prevenção de incêndios e aperfeiçoar a iluminação e sinalização de emergência. O diretor do museu, Renato Carneiro, explica que está buscando verbas via Lei Rouanet para elaborar o projeto. “Já fizemos alguns ajustes, mas o projeto em si precisa de verba. Precisa de um responsável que possa fazê-lo e para isso precisamos de dinheiro. Espero que esse ano consigamos colocá-lo em prática”, afirma. Mesmo sem projeto pronto, Carneiro aponta que o museu realiza treinamentos de funcionários, dispõe de extintores, hidrantes e brigada de incêndio.
De olho na segurança
Quem pode interditar o espaço é o poder público, como a prefeitura, ou por determinação ou recomendação do Ministério Público
Leandro Zotellicapitão do Corpo de Bombeiros.
O capitão Leandro Zotelli, do Corpo de Bombeiros, diz que qualquer visitante pode conferir se os espaços de visitação pública, como museus, estão dentro das normas. “É preciso se certificar se há extintor de incêndio visível, sinalização de saída de emergência, se a saída é facilitada ou possui alguns objetos que dificultem o deslocamento”, aponta.
Ele afirma que o descumprimento de algumas normas não é motivo para interditar o estabelecimento. Primeiro tenta-se entrar em acordo para que os ajustes sejam feitos.
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