Vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, começaram a ser atendidas neste sábado em um mutirão para acompanhamento clínico e psicossocial. De acordo com o Ministério da Saúde, a ação deve dar maior agilidade ao monitoramento de pessoas envolvidas na tragédia.
O atendimento inclui tanto os pacientes internados e que tiveram alta, quanto as pessoas que estavam na boate ou que participaram do resgate e tiveram contato com a fumaça tóxica liberada durante o incêndio, além de parentes de vítimas. As consultas serão feitas no Hospital Universitário de Santa Maria.
O ministério informou que, para o monitoramento, serão consideradas três prioridades: pacientes que foram internados com comprometimento pulmonar e/ou queimaduras; pessoas que tiveram contato na boate com os gases e inalantes; e amigos e parentes das vítimas que precisam de apoio psicológico.
Pacientes que ficaram internados em situação mais grave terão prioridade na avaliação clínica. Todas as pessoas que procurarem o serviço serão submetidas a uma triagem inicial para a realização de exames e definição do procedimento clínico que será adotado.
"Todos aqueles que se cadastrarem receberão uma ligação para informar o dia e a hora da consulta médica. As pessoas que não moram em Santa Maria serão orientadas pela Secretaria Estadual de Saúde a procurar unidades referenciadas para dar continuidade ao acompanhamento médico", informou o ministério.
Depoimento
Em depoimento à polícia na sexta-feira, o prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer (PMDB), disse acreditar que nenhum secretário ou funcionário municipal tenha falhado nas autorizações de funcionamento e na fiscalização da boate Kiss.
O esclarecimento de eventual negligência de agentes públicos é a última etapa da investigação das causas do incêndio da casa noturna, ocorrido em 27 de janeiro, que matou 241 pessoas. O inquérito será remetido à Justiça nesta semana.