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Medicina

Mutirão garante plástica reparadora a paciente do SUS

Luciane: ansiosa para ver resultado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Luciane: ansiosa para ver resultado (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Os pacientes que precisam de uma cirurgia plástica reparadora pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Curitiba esperam em média de cinco a seis anos. Por mês, 500 pacientes são encaminhados para a cirurgia e entram na fila. Esse procedimento – que envolve cirurgias como reparação de cicatriz, redução de mama, conserto de pele após retirada de tumor – é o menos feito pelos cirurgiões plásticos, que acabam atuando mais em tratamentos estéticos.

Para minimizar o problema a Federação Ibero Latino-Americana de Cirurgia Plástica promoveu no início da semana um mutirão de cirurgias para atender pacientes carentes que estavam no aguardo. Em Curitiba os procedimentos foram feitos gratuitamente em cinco pacientes no Hospital Cajuru. Outros médicos e clínicas particulares foram convidados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica a participar. De acordo com um dos médicos que integrou o mutirão, Rogério Bittencourt, o convite foi enviado para 4 mil cirurgiões no país inteiro.

Não há como estimar o total de pessoas atendidas gratuitamente em clínicas particulares, pois cada cirurgião plástico pôde decidir se participaria da campanha ou não. Nos hospitais públicos, apenas o Cajuru participou.

O presidente da regional Paraná da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Manoel Cavalcanti, explica que a maior parte dos cirurgiões plásticos faz cirurgias estéticas, embora a demanda por cirurgias reparadoras seja grande. No Brasil foram feitas 629 mil cirurgias estéticas contra 172 mil operações reparadoras entre setembro de 2007 e agosto de 2008.

Por isso a Federação Ibero Latino-Americana resolveu incentivar os profissionais a aumentar o número de reparadoras, principalmente para quem não pode pagar por uma clínica particular. "Estamos começando a negociar com algumas clínicas para ver se eles dedicam pelo menos um dia para cirurgias reparadoras", explica. Nos 26 países que participaram do mutirão, a estimativa é de 4,5 mil procedimentos.

A jovem Luciane Gelasco, 27 anos, que há 3 anos foi atropelada por um caminhão, passou por várias cirurgias para reconstrução óssea. Como precisou fazer traqueostomia – perfuração na traqueia para auxiliar na respiração – ficou com uma cicatriz no pescoço e estava há quase dois anos na fila do hospital Cajuru. Ela foi chamada pela equipe do hospital e na terça-feira foi operada.

Luciane, que está afastada por invalidez pelo INSS, diz que a cirurgia foi tranquila e que no mesmo dia voltou para casa. "Agora estou muito ansiosa para ver o resultado. Tenho que esperar uma semana para voltar ao médico e retirar as ataduras", conta.

Uma das clínicas particulares que participou do mutirão foi a Clínica Athena. A médica Ana Zulmira Badin operou uma menina de 16 anos que tinha excesso de mama. Segundo Ana, toda a equipe médica doou seu trabalho, assim como a clínica cedeu o espaço para que a cirurgia fosse gratuita. "É uma forma de prestar serviço para a população", diz ela.

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