As cirurgias eletivas feitas por meio de mutirões pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão suspensas no Paraná por falta de repasses do Ministério da Saúde. A única transferência de recursos do ministério para esse fim no estado foi feita em julho de 2013, totalizando R$ 16,79 milhões. Ainda faltam ser repassados mais de R$ 25 milhões, como publicado em portaria federal de 2013 que ampliou o acesso a procedimentos cirúrgicos eletivos, que são cirurgias que podem ser postergadas por até um ano sem causar risco de morte ou problema grave ao paciente. A decisão de suspender as cirurgias foi tomada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) nos últimos dias de dezembro do ano passado, mas só foi anunciada publicamente nesta semana.
O Hospital Angelina Caron, localizado em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, faz parte da rede estadual de saúde e desde novembro de 2014 tem sofrido com a falta das verbas federais para realizar os mutirões de cirurgias eletivas. Como informa o hospital, naquele mês a instituição deveria ter recebido cerca de R$ 173 mil, mas, mesmo sem o repasse, alcançou a meta estabelecida pela campanha e fez 300 cirurgias. Agora em janeiro todos os procedimentos eletivos do hospital estão suspensos e o atendimento só voltará a ser realizado normalmente caso os repasses sejam depositados.
Diversas regionais de saúde do estado, que também dependem desses repasses do governo federal, foram obrigadas a cancelar todas as cirurgias eletivas. A Sesa não sabe precisar quantos procedimentos foram suspensos desde o atraso das transferências da União. A secretaria aguarda a manifestação do ministério.
Procurado pela reportagem, o ministério disse que dará uma resposta completa sobre o caso a partir da próxima segunda-feira.