A Mynd8, agência responsável por 34 perfis de entretenimento e ativismo político e mais de 400 artistas e influenciadores, afirmou nesta quinta-feira (4) que não interfere nos conteúdos publicados por seus agenciados. Em nota divulgada no Instagram, a empresa disse que está “sofrendo inúmeros ataques organizados e sistemáticos de ódio, mentiras e divulgação de fake news”.
Entre os perfis agenciados pela chamada "Banca Digital", da Mynd8, estão o Garoto do Blog e Alfinetadas dos Famosos, apontados por influenciadores digitais, como Daniel Penin, como os responsáveis por distribuir, junto com o perfil Choquei, conteúdo falso que teria levado Jéssica Vitória Canedo, 22 anos, a cometer suicídio (entenda o caso aqui).
“Cuidamos exclusivamente da intermediação de venda de publicidade em perfis nas redes sociais e não participamos em nenhum momento da definição do conteúdo pessoal postado nos perfis dos criadores que atendemos”, argumentou a agência. A Mynd8 ressaltou que não “dona” de nenhum perfil de notícias e que todos os agenciados são “livres, totalmente independentes”.
Atuação nas redes sociais
Apesar de alegar que não interfere na criação de conteúdo dos agenciados, a Mynd é acusada de usar as numerosas contas para difundir conteúdos semelhantes por interesses comerciais – que vão desde falar bem de uma novela por força de contrato com uma emissora de TV ou de um participante do Big Brother Brasil que integra o catálogo da empresa, por exemplo – ou políticos, falando bem ou mal de figuras ou causas políticas.
O grupo “Influenciadores da democracia”, formado por donos de perfis de entretenimento que apoiam Lula, possui várias contas que são agenciadas pela Mynd8; vários deles já disseminaram fake news sobre política de forma bastante semelhante em termos de data e horário, conteúdo e estética da postagem, como mostrado nesta matéria.
Um levantamento do site Núcleo.Jor mostrou, em 2022, o alto índice de coordenação entre postagens de perfis que mantêm contrato com a agência. “As páginas fizeram 1.472 postagens no período, das quais 694 (47,1%) se repetiram. O levantamento considerou como repetidas postagens sobre um mesmo assunto, fato ou evento que apareceram em mais de um perfil com legendas ou imagens semelhantes. No total, 194 pautas foram postadas repetidamente, e cada uma apareceu em entre 3 e 4 perfis, em média”, diz um trecho do levantamento.
A CEO da empresa, Fatima Pissara revelou, em entrevista ao jornal O Globo em maio deste ano, que em momentos de crise costuma “juntar outros agenciados para ajudar”. Questionada se a agência tinha um “gabinete de crise” para lidar com temas polêmicos, Pissara disse: “Sim. A gente dá suporte jurídico, junta outros agenciados para ajudar e tentamos controlar a pessoa. Sempre falo: não leia comentários. Faz o que é seu propósito, dissemina e vai para frente. Já tive gestão de crise de ficar três, quatro dias com equipe 24 horas trabalhando, apagando comentário de xingamento. É muito sofrido”.
Mynd8 diz que jamais orquestrou postagens
No comunicado, divulgado nesta quinta (4), a Mynd8 diz que decidiu vir a público porque tem a “exata noção do quanto as redes sociais podem ser usadas para o bem ou para o mal”.
“Jamais orquestramos postagens em conjunto de nenhuma forma ou criamos estratégias de cunho político para nenhum campo ideológico a não ser a divulgação de ações publicitárias contratadas pelas empresas que atendemos e ativadas pelas pessoas que agenciamos”, disse a empresa.
Segundo a agência, integrantes da empresa e seus familiares estão sendo ameaçados de morte. “Nesses casos, nossa resposta jurídica cível e criminal será firme e incansável, em todas as instâncias, sempre confiantes nas instituições da justiça do nosso país”, diz a nota.
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