No primeiro dia de 2014, ano em que Curitiba será uma das sedes da Copa do Mundo, os curitibanos terão a primeira linha de metrô da capital funcionando... pela metade. Pela primeira vez, a prefeitura divulgou um cronograma de execução das obras, no qual se compromete a concluir apenas o trecho Sul da linha do metrô nos próximos quatro anos. Para a Copa, dos 22 quilômetros previstos na linha Norte-Sul, deverão estar prontos os 13 quilômetros que ligarão o Terminal CIC Sul à Praça Eufrásio Correia, no Centro. Sem calendário definido, a parte Norte da linha deve ser iniciada assim que a primeira etapa seja concluída. "Não chamaria de metade. Estará operando o trecho 1 [Sul] e em execução o trecho 2 [Norte]. Até a Copa, só até a Eufrásio Correia. Só essa primeira etapa", afirma Edemar Meissner, diretor de implantação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
O calendário está incluso no Plano Geral de Implantação do Metrô apresentado pela prefeitura ao governo federal nos últimos dias. De acordo com o cronograma, até março de 2010 devem ser concluídos os estudos técnicos de engenharia e de impacto ambiental iniciados com investimento vindo do cofre municipal e do Ministério das Cidades. "Os estudos iniciais do metrô estão sendo conduzidos desde 2005. O projeto vem sendo trabalhado independentemente deste evento esportivo", comenta Meissner.
As obras devem iniciar em janeiro de 2011 e concluídas em outubro de 2013. Até 1.º de janeiro de 2014, dia prometido para a inauguração do metrô, serão efetuados testes no sistema. Os prazos foram definidos antes mesmo de saber de onde virá o dinheiro a ser empregado nas obras, estimadas em R$ 2 bilhões.
O governo federal ainda não definiu quais serão as obras contempladas pelo PAC da Copa. A prefeitura tenta conseguir o apoio de R$ 1,2 bilhão da União para a primeira etapa do metrô. Os R$ 800 milhões estimados para o trecho Norte serão requisitados depois. Caso seja aprovada a ajuda do PAC, a prefeitura prevê que o contrato seja assinado em dezembro de 2010.
"A nossa ideia, se não sair o PAC, é continuar as negociações para uma outra linha de financiamento, uma outra possibilidade de participação do governo federal. O nosso entendimento com o governo federal tem sido muito bom neste sentido. Estamos bastante otimistas para uma solução", diz o diretor do Ippuc.O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que a prefeitura está pedindo o dinheiro em "termos razoáveis" e que o governo federal deve aprovar o financiamento. "Mas temos dúvidas até mesmo de que o trecho Sul ficará pronto". Para o ministro, a cidade deve discutir o metrô de forma independente da Copa. "Não é uma obra essencial para a Copa. Mas se a cidade considera importante o metrô, vamos discutir de maneira separada", disse.
Os 13 quilômetros do trecho Sul terão 12 estações. Três sistemas diferentes de construção serão utilizados durante as obras. A prefeitura calcula que a demanda inicial do sistema seja de 330 mil passageiros por dia.