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Estelionato

Na era digital, golpe por carta continua ocorrendo

Brasões e “juridiquês” são usados por vários escritórios fantasmas para tentar aplicar o golpe. A maioria deles é de São Paulo | Reprodução
Brasões e “juridiquês” são usados por vários escritórios fantasmas para tentar aplicar o golpe. A maioria deles é de São Paulo (Foto: Reprodução)

Ao mesmo tempo que a ocorrência de fraudes on-line tem aumentado no Brasil, as tentativas de golpe por via postal continuam se alastrando. Nos últimos meses, cidadãos de vários estados brasileiros têm recebido cartas de supostos escritórios de assessoria jurídica de São Paulo, com informes sobre uma "notificação de resgate única" para receber aposentadoria complementar – em valores em torno de R$ 60 mil. Para ter direito ao valor rapidamente, o destinatário da correspondência é instado a fornecer os dados bancários e a pagar cerca de R$ 5 mil a R$ 7 mil em honorários para ter a liberação do montante total.

A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) publicou em seu site, em fevereiro, um aviso contra o golpe. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Pernambuco alertou que as cartas são endereçadas principalmente para servidores públicos federais. No interior de São Paulo, a Câmara de Vereadores de Taubaté aprovou, em abril, uma moção de apelo para que a associação comercial local divulgue o golpe. Órgãos de defesa do consumidor de outras cidades paulistas e mineiras também já lançaram orientações semelhantes.

A diretora do Procon no Paraná, Claudia Silvano, diz que os consumidores devem desconfiar de qualquer carta ou e-mail que tenha promessa de pagamento. "Não existe milagre. Se, de repente, a pessoa é informada de que tem R$ 60 mil para receber, é preciso duvidar. E, principalmente, não se deve depositar nenhum valor para tentar garantir o pagamento."

O delegado-chefe da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba, Marcelo Lemos de Oliveira, diz que as pessoas que se sentirem lesadas podem procurar o órgão para registro de boletim, mesmo que os remetentes sejam de outros estados.

Não há estatísticas sobre o número de golpes praticados por via postal. Mas os incidentes ocorridos na internet e reportados ao Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br) mostram que houve crescimento de 176% entre 2010 e 2013 – passaram de 31 mil para 85,6 mil casos.

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