Em 2012 veio o susto: a escola Madre Teresa de Calcutá registrava um dos maiores índices de obesidade e excesso de peso entre as escolas municipais do Bairro Novo. Era preciso mudar os hábitos de todos; crianças, famílias e até os professores entraram na roda. “O cardápio do lanche ficou mais saudável e natural. As crianças começaram a mudar o comportamento em casa também. E na sala dos professores, agora sempre tem frutas”, conta a diretora da escola, Marise Peron.
Uma das experiências de mais sucesso e que se repete desde 2012 é a horta. Feita com o apoio de outras secretarias da prefeitura, nela os estudantes do pré-escolar e do 4.º ano plantam e colhem verduras e legumes, que serão servidos no dia de um lanche especial e levados para casa, para entrar no cardápio da janta ou do almoço.
A professora Maria Rozineia de Oliveira, a Néia, que faz a atividade com as crianças da pré-escola, conta que o envolvimento dos estudantes com o processo de desenvolvimento do alimento ajuda a incentivar o consumo de legumes e verduras. O incentivo à alimentação saudável também ocorre no dia a dia, durante o lanche e em casa. “Num dos primeiros dias de aula temos uma reunião com os pais onde é avisado sobre a importância da alimentação. Precisamos contar com a ajuda dos pais, eu sozinha não daria conta de mudar os hábitos das crianças”, conta Néia.
A nutricionista da SMS Liziane Rodrigues explica que a criança que fica meio período nas escolas municipais recebe 30% do valor nutricional diário de que necessita, incluindo calorias, micronutrientes e macronutrientes. De acordo com ela, são servidos 200 gramas de fruta in natura por semana para cada criança.
Na sala da professora Néia, essas frutas são colocadas em bandejas e ficam à disposição das crianças. E não pode dizer que não gosta antes de experimentar.
As crianças que estudam no período integral recebem 70% do valor nutricional de que necessitam diariamente. Os outros 30% ficam sob responsabilidade da família. “É preciso que haja um momento de interação entre a família e a criança à mesa. Por isso esses 30% são importantes”, diz Liziane.