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A Vila Nossa Senhora da Luz dos moradores mais engajados navega em memórias, como a das visitas do ex-prefeito Saul Raiz, "num Galaxie preto", ter de pagar para ver tevê na casa do vizinho, contar para todo mundo que a atriz Isadora Ribeiro morou ali e ver o povaréu chegar para ser abençoado pelo frei Miguel Bottacin – exorcista morto em 1997 depois de 30 anos de vila. A preocupação dessa ala é mudar a imagem violenta que o bairro logrou em Curitiba.

Mas há outras histórias a serem escritas. O modelo Cohab, adotado pelo governo federal com a criação do Banco Nacional de Habitação, em 1964, encontra ainda hoje críticos ferozes e passa pela revisão até de seus atores. O arquiteto Alfred Willer, que trabalhou no projeto, lembra que o objetivo não foi alcançado. "Muitos moradores não tinham como pagar as prestações. Além do mais, reunir 11 mil pessoas numa área isolada fez com que os problemas sociais se concentrassem também."

Uma das fontes mais importantes sobre a vila é o ex-prefeito Ivo Arzua. Segundo ele, as favelas voltaram porque o poder público falhou.

O local foi visitado pelos presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, Ernesto Geisel, além de Tancredo Neves e o prefeito paulistano Faria Lima. Recebeu investimentos de US$ 1 milhão da agência norte-americana Usaid, parceira do governo militar. Chegou a ter um sistema próprio, a Suviluz – com uma espécie de gestor, Lotário Seifert. Mas a idéia foi abandonada. (JCF)

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