No último dia antes da Páscoa, o movimento de clientes atrás de ovos de chocolate foi intenso nas lojas de Curitiba. Apesar da correria, quem deixou as compras para a última hora acabou economizando. Em um dos maiores mercados de Curitiba, os vendedores travavam uma verdadeira guerra atrás do cliente ontem de manhã. De tempos em tempos, o preço dos ovos ia caindo e os anúncios eram feitos na base do grito e do olho no olho.
A gerente-administrativa aposentada Silvana Caron, de 50 anos, enfrentou o movimento para comprar os presentes dos sobrinhos e, segundo ela, valeu a pena. "Geralmente eu sou bem organizada e faço tudo antes. Mas neste ano resolvi encarar a loucura e, ao que parece, deu certo. Comprei um ovo de R$ 29,90 por R$ 16."
Para a dona de casa Dafne Oliveira, 27 anos, enfrentar o mercado cheio no sábado de manhã não foi uma opção e sim uma necessidade. "Meu marido trabalha o dia todo durante a semana. Aí tivemos de vir hoje. Como sabíamos que ia ser bem corrido, nem trouxemos as crianças."
Apesar da grande procura, a oferta de marcas e tamanhos conseguiu agradar a compradores. O empresário Paulo Roberto Waltrick, 49 anos, e a filha Luciana Waltrick, 22 anos, compraram 110 caixas de bombom. "Vamos distribuir entre os funcionários da empresa da minha mulher." Waltrick conseguiu achar a marca que queria e receber um desconto.
Expectativa
Os consumidores atrasadinhos devem reforçar a expectativa dos supermercadistas de que a Páscoa deste ano apresente um aumento de 20% nas vendas em relação ao ano passado. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), a indústria nacional colocou no mercado 100 milhões de ovos de Páscoa, o equivalente a 21,4 mil toneladas do produto. O faturamento esperado pela indústria é de R$ 685 milhões, 11% maior do que o registrado em 2006.
