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Londrina

Na véspera do Dia da Água, Sanepar polui córrego central

Hoje é o Dia Mundial da Água, mas em Londrina a comemoração será um pouco menos festiva. Um acidente na manhã de ontem provocou o derramamento de lodo no Córrego Água Fresca. O lodo é resultante do tratamento da água na Estação da Sanepar (ETA), na Avenida Juscelino Kubitschek. O Água Fresca forma uma das principais micro-bacias do centro de Londrina e deságua no Lago Igapó. O córrego ficou vermelho em quase toda sua extensão de dois quilômetros, mas o lodo ficou mais visível no encontro do córrego com o lago.

Até 2003, o lodo da ETA era despejado diretamente no córrego, prática ainda comum no País. Após pressões de ambientalistas e do Ministério Público, a Sanepar canalizou o resíduo para a Estação de Tratamento de Esgoto da zona sul.

Na quarta-feira, porém, possíveis problemas de manutenção nas galerias de esgoto provocaram o rompimento da tubulação na Rua dos Escoteiros, atrás da Sanepar, fazendo com que o material jorrasse em quantidade sobre a calçada, escorresse pelo meio fio e chegasse ao córrego pelas galerias pluviais. Uma galeria se rompeu fazendo com que o lodo também vazasse pelo vale do córrego.

A reportagem pôde constatar que o lodo provocou assoreamento de pelo menos 20 centímetros no leito do córrego. Dos 84 cursos hídricos que cortam a área urbana de Londrina, o Água Fresca impressiona pela água cristalina em muitos trechos.

"Uma lástima que, um dia antes de comemorarmos as nossas águas, um acidente desse aconteça", lamentou João Batista, assessor de recursos hídricos da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema). Tudo foi fotografado e será enviado à Promotoria do Meio Ambiente e ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Pela assessoria, a Sanepar confirmou o acidente e informou que o lodo orgânico é originado no decantador da ETA. Segundo a empresa, o vazamento foi pequeno, o lodo não é tóxico para a água e não contém elementos químicos. Estudos deste resíduo, porém, indicam que o lodo do tratamento contém sulfato de alumínio, cal, cloro e flúor usados na água, além de baixas concentrações de metais pesados. Por ironia, à beira do vale, próximo ao vazamento, uma placa avisa: "Empresas são multadas, caso poluam".

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