Faltando pouco mais de dez dias para o início da data-base do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana, a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) ainda tem atrasado os repasses para as empresas que operam no setor. A dívida nesta segunda-feira (19), véspera da data em que os trabalhadores recebem o adiantamento salarial, é de R$ 13 milhões.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), o pagamento desse adiantamento depende do fim do impasse entre a Urbs empresa que gerencia o sistema e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) órgão estadual responsável pela região metropolitana.
Os dois discutem a renovação do convênio que autoriza o governo estadual a repassar subsídios para o sistema. O último acordo venceu no dia 31 de dezembro. A proposta atual da Comec é de R$ 2,3 milhões mensais bem abaixo dos R$ 6,5 milhões que deveriam ter sido repassados como subsídio em dezembro de 2014.
De acordo com o Setransp, por conta desse imbróglio, as empresas metropolitanas estão sem receber desde o início desde ano. Sem o convênio, a Urbs afirma que não pode repassar valores a essas empresas. Ela já sugeriu, inclusive, que a Comec assuma o repasse das tarifas dos passageiros metropolitanos mas sem desintegrar o sistema.
Na última sexta-feira (16), durante assembleia, motoristas e cobradores delegaram ao Sindimoc autonomia para que o sindicato deflagre o dissidio coletivo e uma eventual greve caso a proposta salarial não esteja a contento da categoria e os pagamentos não sejam realizados em dia. Isso inclui, por exemplo, o adiantamento salarial previsto para esta terça-feira (20).
Curitiba e região sofreram duas paralisações 'relâmpago' motivadas por atraso no pagamento do adiantamento salarial de dezembro. Na ocasião, o motivo alegado pelo Setransp para os atrasos era exatamente a falta de pagamento por parte da Urbs. Nos últimos 12 meses, foram seis paralisações.