Brasília O novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não haverá mudanças na equipe do Banco Central. "A atribuição de nomear ou não nomear o presidente do Banco Central é do presidente da República. Então nada muda em relação ao Banco Central", afirmou.
No início da tarde, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já havia dito que ficaria na presidência do BC. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu garantias de que a autonomia do BC será mantida. Diante disso, Meirelles afirmou que o banco continuará fazendo seu trabalho com o objetivo de atingir as metas de inflação estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Mantega afirmou também que está sintonizado com o presidente do Banco Central. "Não há nenhum mal-estar com o Meirelles", afirmou.
Meirelles também falou em bom relacionamento com Mantega. "A experiência que tivemos quando ele foi ministro do Planejamento foi positiva e produtiva", afirmou.
O novo ministro da Fazenda afirmou que irá trabalhar para alcançar as metas econômicas já traçadas pelo governo Lula.
Voltou a dizer que não irá alterar a política fiscal ou cambial, e que a trajetória da taxa básica de juros, a Selic, está no caminho certo.
"Continuaremos praticando a política econômica em vigor. Vamos zelar pelos fundamentos econômicos", disse o ministro sobre o compromisso com o equilíbrio fiscal e o controle da inflação.
Ele afirmou que não irá alterar a atual meta de superávit primário receitas menos despesas, excluindo gastos com juros , que é de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
A política de câmbio flutuante não será alterada, segundo o ministro. Ele a considera mais eficiente, embora admita que tenha "efeitos colaterais", como a dificuldade de os exportadores manterem a competitividade com o real valorizado.
Mantega acredita que ao longo do tempo essa valorização será corrigida com o aumento das importações e a redução da taxa de juros.
O novo ministro aposta que o país irá repetir nesse ano um crescimento similar ao registrado em 2004, quando a economia cresceu 4,9%. "A boa notícia é que 2006 já começou com um crescimento vigoroso", disse Mantega, ao reafirmar a previsão feita anteriormente por Palocci, de que o PIB irá crescer entre 4,5% e 5%. No ano passado, o crescimento foi de 2,3%.