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Violência

Namorada de coronel denuncia ameaça

São Paulo – "Carla Cepollina, você matou, você vai morrer. Vai demorar um pouquinho mais, mas você vai acertar as contas. Você mexeu com quem não devia. Vai demorar um pouquinho, mas você conseguir chegar onde ele tá (sic): sete palmos da terra." Esse foi o teor da gravação apresentada ontem pela advogada criminalista Liliana Prinzivalli, mãe da também advogada Carla Cepollina, 40 anos, como sendo a de uma ameaça de morte sofrida pela filha.

A ligação com a ameaça contra Carla, segundo Liliana declarou à Polícia Civil, foi feita a partir de um aparelho fixo identificado de São Paulo. Carla, que era namorada do deputado estadual e coronel da reserva da PM Ubiratan Guimarães, morto com um tiro no abdômen no último sábado, recebeu a chamada no aparelho registrado em seu nome e que está instalado no apartamento da mãe.

Advogada e namorada de Ubiratan há mais de dois anos, Carla é, de acordo com o deputado Vicente Cascione, advogado da família do coronel e o mesmo que o defendeu no processo do chamado massacre do Carandiru, a principal suspeita de o ter assassinado, após uma discussão ocorrida na noite do último sábado. Ela nega.

Ao ser questionada sobre quem são, além de Carla, as pessoas que devem ser investigadas pela morte de Ubiratan, Liliana disse que todos os assessores políticos dele e, principalmente, a delegada da Polícia Federal no Pará Renata Azevedo dos Santos Madi precisam ser interrogados pela polícia.

"Essa Renata recebia recadinhos dele (Ubiratan): "Menininha, te amo! Tô com saudade. Ela nega que eles tiveram algum tipo de envolvimento. É lógico que suspeito (da Renata), se ela não tem nada a esconder, porquê ela não fala a verdade como a minha filha falou", disse Liliana, que voltou a afirmar que Ubiratan bebeu no sábado.

Para Liliana, Renata deve figurar entre os suspeitos pela morte principalmente porque enviou uma mensagem de texto no celular dele dizendo que "estava chegando".

Para a mãe de Carla, ao contrário do que acredita a polícia, Renata estava em Bauru (343 km de SP) no sábado do crime, e não em Belém (PA). Ou seja, haveria como ter cometido o crime e voltado para a cidade rapidamente.

Com bastante acesso dentro da Polícia Civil, Liliana disse também que pediu aos investigadores do DHPP para que eles descubram quem é o garoto, morador do mesmo prédio onde Ubiratan foi morto, que mantinha amizade com o deputado. A polícia também quer saber se Ubiratan teve um relacionamento amoroso com uma mulher casada do edifício.

Diante das insinuações de Cascione de que Carla iria fugir do país, ela se dispôs a entregar seu passaporte à polícia, mas isso não ocorreu.

Antes mesmo de obter a quebra de sigilo telefônico do coronel, de Carla e outras quatro pessoas, a polícia já pediu que a Justiça decrete segredo nas investigações. O pedido teve parecer favorável do Ministério Público. Segundo o promotor Luiz Fernando Vaggione, a polícia pediu o sigilo do inquérito – o que impede a divulgação de dados sobre o caso – para não prejudicar as investigações.

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