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Interior de SP

Namorada e suspeito de matar irmãs em Cunha não falam em acareação

Ananias dos Santos, principal suspeito de matar as irmãs Juliana e Josely, de 15 e 16 anos, e sua namorada, a enfermeira Maria José Silva, de 50 anos, se negaram a falar durante acareação realizada na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, nesta terça-feira (17). O crime aconteceu em março, em Cunha, também no Vale do Paraíba.

A acareação durou cerca de 40 minutos. Ambos foram questionados a respeito da quantidade e do conteúdo das ligações feitas entre os dois no dia do crime. De acordo com os advogados do casal, Ananias e Maria José só se pronunciarão em juízo. "É um direito constitucional permanecer calado", disse João Batista Rangel, defensor de Ananias.

Ao sair da delegacia, o suspeito voltou a afirmar que sua namorada não participou do crime. "Ela é inocente", disse, ao ser questionado por jornalistas. Ele também respondeu que está arrependido de ter matado as meninas.

As duas jovens desapareceram em 23 de março, quando voltavam da escola. Cinco dias depois, os corpos foram encontrados na zona rural, a 12 km de onde moravam. Laudo necroscópico indicou que elas foram mortas a tiros. Ananias foi preso no dia 11 de abril, também em Cunha. Segundo a polícia, ele estava na casa da irmã, que fica ao lado da residência de seus pais.

A namorada de Ananias também foi indiciada por participação no crime, mas ainda não teve prisão decretada pela Justiça. A polícia teve acesso ao registro de ligações telefônicas efetuadas por ela para o suspeito uma hora antes de ele executar a tiros as duas irmãs. Logo após o crime, houve novas ligações.

No dia 3 de maio, quando foi ouvido pela última vez, Ananias reforçou sua versão de que o motivo do crime foi a maneira hostil como era tratado pelas meninas e que a namorada não teve participação.

Ananias está detido na Penitenciária I de Potim, em cela separada, segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária. Ele cumpria pena no Presídio Edgar Magalhães Noronha, em Tremembé, também no interior, mas não voltou depois da saída temporária de Páscoa, em 2009. Desde então, passou a morar com os pais, na zona rural de Cunha, no mesmo bairro em que as adolescentes viviam.

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