O médico que era namorado da modelo fisiculturista Renata Muggiati, que morreu aos 32 anos após cair de um apartamento onde morava no centro de Curitiba, prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (16). De acordo com o advogado Paulo Hernani de Menezes Junior, que defende o rapaz, ele não é uma pessoa ciumenta e tentou por algumas vezes levar Renata para tratamento psiquiátrico, pois ela estava com depressão. Ele reafirmou, segundo o advogado, que a moça tentou suicídio duas vezes antes de se jogar da janela do apartamento.
Amigos e familiares farão caminhada contra violência doméstica
Leia a matéria completaNo depoimento, o médico relatou que ela começou a ficar depressiva por causa de uma situação que teria envolvido um exame antidoping. “Ele tentou levá-la para tratamento, mas ela relutava”, explica Menezes Junior. Alguns dias antes da morte da jovem, o casal teria se desentendido e o médico teria saído do apartamento. “Ele disse que não ficaria mais com ela caso a Renata não procurasse um tratamento”. Segundo o advogado, o médico teria se hospedado em um hotel próximo ao apartamento para acompanhar de perto a situação da jovem.
O advogado do médico ainda afirmou que a jovem teria ciúmes do namorado. No dia em que ela morreu, explica Menezes Junior, o médico teria voltado ao apartamento para conversar com Renata e, neste dia, teria evitado duas tentativas de suicídio da jovem. Na terceira tentativa, que teria resultado na morte de Renata, o médico disse que estava em um cômodo diferente.
Quanto ao caso de suposta violência doméstica, o advogado diz que desconhece as fotos que o advogado Claudio Dalledone teria recebido de Renata. “Isso nunca ocorreu. No dia em que o Dalledone diz que recebeu essas fotos, eles não estavam juntos”, explica. Nesta ocasião, madrugada de 7 de setembro, segundo Menezes Junior, a Polícia Militar teria comparecido ao apartamento por causa de uma suposta tentativa de suicídio da jovem.
O caso
Renata morreu após cair da janela do apartamento onde morava no Centro de Curitiba no dia 12 de setembro. O namorado diz que conseguiu impedir duas tentativas de suicídio dela, mas na terceira não estaria por perto quando ela supostamente saltou da janela. A Polícia Civil solicitou ao Instituto de Identificação do Paraná e à Polícia Científica exames e coleta de impressões digitais para auxiliar nas investigações. Os laudos devem ficar prontos em até 30 dias. Ainda segundo a Polícia Civil, há relatos de que o relacionamento dos dois era conturbado.
O professor de artes marciais Daniel Abdul, ex-namorado da modelo fisiculturista, disse desconhecer que a jovem sofresse de depressão e que tomasse medicamentos para combater problemas psicológicos. Ele também prestou depoimento à Polícia Civil, na terça-feira (15), e diz acreditar que a moça sofresse violência doméstica.
Abdul teve um relacionamento de oito anos e meio com Renata. No tempo em que se falavam e estavam juntos, ele disse que a jovem nunca apresentou qualquer problema de saúde que envolvesse depressão. “Era uma menina de bem com a vida, que tomava remédios no máximo contra cólicas”.
Ele afirmou já ter ouvido histórias sobre brigas entre os dois no prédio em que ela morava e viu as fotos que ela teria enviado a Dalledone dias antes de sua morte. Abdul acredita que a jovem entrou em contato com o advogado pois ele é amigo do professor, mas Dalledone “não ligou uma pessoa a outra no momento em que ela o procurou”. O professor explicou que pediu auxílio ao advogado em fevereiro de 2015 após o médico tê-lo procurado pelo Facebook. Segundo o professor, o então namorado de Renata o teria ameaçado.
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