O namorado da fisiculturista Renata Muggiati, que morreu aos 32 anos em uma queda do apartamento onde morava no centro de Curitiba, foi detido pela Polícia Civil do Paraná nesta sexta-feira (25). O médico Raphael Suss Marques teve a prisão temporária por 30 dias decretada depois que um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Renata teria sofrido um processo de asfixia antes da queda.
A análise do IML levou em conta lesões em um osso do pescoço e lesões no pulmão e coração de Renata. De acordo com a delegada Ana Claudia Machado, responsável pelas investigações na Divisão de Homicídios e Proteção á Pessoa (DHPP), o namorado é o principal suspeito do crime porque até agora não existe nenhuma evidência de que houvesse outra pessoa com Renata no apartamento da modelo além de Marques. As investigações, no entanto, continuam.
Marques foi encaminhado para a DHPP na noite desta sexta. Renata morava no 31.º andar de um prédio no centro da capital e a polícia investiga a circunstância de sua morte: ela teria saltado da janela, foi jogada pelo namorado ou ele teria incitado que ela pulasse.
Na delegacia
Por volta das 19h30, Raphael Suss Marques chegou algemado à DHPP. Ao chegar, ele disse que seus advogados irão esclarecer tudo e que não houve agressões contra Renata. A advogada da família de Renata, Zeila Plath, falou com os jornalistas que estavam na DHPP e disse que, antes da morte da jovem, nenhum familiar ou amigo próximo chegou a suspeitar das agressões ou de que o relacionamento dos dois fosse doentio.
Investigação e laudo
Segundo o diretor do IML Carlos Alberto Peixoto Batista, o exame realizado após a morte da jovem apontou uma lesão em um osso do pescoço dela. “O exame microscópico comprovou a fratura do osso e a existência de sangue adjacente a fratura, que diz para nós que isso ocorreu ainda quando a vítima estava viva”, explica. De acordo com o laudo, a modelo teria sofrido uma asfixia por tempo longo, de um minuto e meio a cinco minutos.
Contudo, ainda não se pode confirmar se Renata morreu durante a queda ou com o processo de estrangulamento. “Nós podemos imaginar que a vítima sofreu uma asfixia. Quando se sofre uma asfixia há um declínio na quantidade de oxigênio no sangue. A pessoa fica desacordada e agônica (em agonia) e pode até vir a morrer. O estar agônico é muito próximo de estar morto”, diz. A perícia que trabalha no caso deve apontar se a jovem morreu ou não durante o estrangulamento (que pode ter sido ocasionado por algum objeto ou com as mãos).
Conforme a delegada Ana Claudia Machado, outras testemunhas devem ser ouvidas e haverá uma reconstituição simulada do caso. Há indícios de que a morte foi premeditada, por causa de uma fotografia feita pelo suspeito na qual Renata estava na janela no apartamento e ameaçava se suicidar. “Você vê uma pessoa sentada na janela, perto de você. Ao invés do instinto de natural de salvar essa pessoa você fotografa e menciona que seria um tipo de prova”, argumenta a delegada.
Segundo Ana Claudia, foram verificadas algumas contradições no depoimento de Raphael, mas isso ainda será investigado mais a fundo. Também serão aprofundadas as questões que envolvem uma mensagem feita por Renata no Facebook na qual ela teria dito que cometeria suicídio. Amigos da modelo ouvidos pela polícia teriam dito que “o estilo da escrita dessa mensagem não corresponderia ao estilo de escrita dela”, diz a delegada.