Superconcentrado nos vestibulares que se aproximam, um rapaz de 17 anos confessava aos colegas da sala que está sem tempo até para "ir na missa", o que tem causado um certo escândalo na família. Seu professor de Português ouviu a conversa e lembrou-lhe de que ninguém "vai na missa" mesmo, e sim "vai ou não vai à missa". Ou seja: vamos "a" algum lugar/evento e não "em" algum lugar. A questão que me envia o hiperatarefado vestiba é se, na fala, podemos ou não usar a preposição "em" após o verbo "ir".
Antes de responder, faço a seguinte ressalva: provavelmente o professor estava pensando em alguma questão de vestibular, pois, de fato, é a preposição "a" e não "em" que é padrão em registros escritos cultos. Também em falas monitoradas, formais, temos o predomínio do "a". Nesse último caso, dou como exemplo um discurso de formatura, que na verdade tem origem no texto escrito.
Feita a consideração, proponho um expediente simples, prático e empírico: vamos ouvir como falam os brasileiros, de todas as classes sociais, do mais baixo ao mais alto grau de letramento. O resultado, já adianto, será este: quase 100% usam a preposição "em" e não "a" em construções como a do garoto. Falamos "vou no jogo", "não posso ir na sua festa", "fomos no show da banda" etc. Mário de Andrade, um dos mais importantes e perspicazes escritores do Brasil, já havia notado esse fenômeno, isso há quase 100 anos. Celso Pedro Luft, autor de obras fundamentais sobre regência, observa a prevalência da preposição "em" na fala dos brasileiros e levanta a hipótese de se tratar de construção herdada do latim. Há uma vasta bibliografia sobre o assunto que mostra nossa preferência pela preposição "em" na fala.
A questão, portanto, não é se podemos ou não usar a preposição "em". O fato é que nós a usamos e não precisamos da chancela de nenhum gramático, de nenhum professor, de nenhum jornalista, de nenhum colunista.
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