Os cerca de 52 mil taxistas do Rio serão obrigados a usar o aplicativo oficial para a categoria que o município vem desenvolvendo. A informação foi dada neste domingo (30) pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), que informou alguns detalhes sobre o funcionamento da plataforma e reconheceu a precariedade do sistema: ‘‘Não tenho dúvida que o serviço de táxi é ruim’‘, disse ele, acrescentando que os motoristas poderão ser avaliados pelos passageiros, assim como no Uber.
Como adiantou a coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o aplicativo da prefeitura aceitará cartão de crédito. E, com o software em operação, os motoristas não poderão recusar corridas. A população poderá fazer denúncias de irregularidades pela ferramenta. O município segue o exemplo de Nova York, que já testa uma plataforma para sete mil táxis.
“Infelizmente, por causa do cargo, eu não ando mais de táxi nem de ônibus. Mas a gente sabe como é. Não tenho dúvida que o serviço de táxi é ruim. Tem gente capacitada, mas escuto muitos relatos de recusa de passageiros. Isso tem que melhorar. Com a plataforma oficial, que será obrigatória, estaremos criando um mecanismo de fiscalização”, disse Paes.
Para o prefeito, a demanda que o aplicativo Uber vem recebendo é um sinal de que o serviço de táxi não está agradando a população. Por isso, afirma ele, a necessidade de criar uma plataforma semelhante.
“É muito claro que temos que melhorar (o serviço de táxi). Agora, além do 1746, o usuário que for mal atendido terá como reclamar. E, no nosso modelo, o motorista não poderá recusar corrida”, disse Paes, sem explicar se as denúncias poderão ser anônimas.
Sobre a falta de fiscalização do serviço na cidade, o prefeito justificou dizendo que é inviável contratar mão de obra em número suficiente para monitorar todo o sistema.
Como compensação, Paes defende o uso da tecnologia nesse controle:
“Não há condições de se contratar 40 mil, 10 mil ou mais mil agentes de trânsito para fiscalizar os mais de 40 mil motoristas da cidade. Precismos contar com o apoio dos usuários e da tecnologia para isso. Desde que começamos a colocar GPS nos ônibus, por exemplo, conseguimos punir e multar muito mais do que somente com os fiscais de rua”.
O aplicativo da prefeitura não deve substituir os existentes na cidade e ainda não tem data de lançamento. Também não se sabe até agora quem será o seu intermediário financeiro. No caso do Uber, a empresa responsável recebe do passageiro e repassa ao motorista.
“Contratamos uma empresa especializada em tecnologia para elaborar o projeto para a gente. Mas pegamos o conceito moderno e arrojado do Uber e vamos aplicá-lo na prefeitura”, admitiu o prefeito.