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Nesta quarta-feira (6), ao fazer uso da palavra durante audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara sobre violações dos direitos humanos de presos do 8/1, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) cobrou “coragem” para enfrentar os abusos do Judiciário, questionou a estratégia do “diálogo” adotada por parte da direita e disse que “não há meios legais de combater uma tirania”.
Presidida pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF), a audiência foi convocada para ouvir advogados e familiares de presos do 8/1 que têm denunciado violações dos direitos humanos dos presos e das prerrogativas da defesa durante todo o processo acusatório contra investigados pelos atos de vandalismo.
Os apelos contra a violação de direitos dos presos têm se intensificado depois da morte do empresário Cleriston Pereira, que faleceu na Papuda depois de ter vários alertas sobre o seu estado de saúde ignorados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A família de Clezão, como o empresário era chamado por pessoas próximas, também participou da audiência.
“Não tem mais nada o que fazer [...] Na hora que o Clezão estava sendo enterrado, o Alexandre de Moraes estava sendo condecorado. E o que a gente fala para os advogados que estão aqui? O que a gente fala para essa família que está aqui? Para os brasileiros que já foram às ruas? Então, o que eu tenho para dizer aqui hoje é simples e claro: não há meios legais contra uma tirania”, disse Nikolas Ferreira após prestar solidariedade a familiares de Cleriston.
O parlamentar também ressaltou a ineficácia de recursos apresentados por parlamentares de direita contra denúncias que tramitam na Justiça e disse que “a letra fria da lei já não resolve mais”.
“O que está faltando aqui neste país não é mais aplicação de leis. Não são mais leis, nem mais PECs, nem mais nada. [O que está faltando] são homens de coragem, e pode ter certeza que a população brasileira está cansada de gente que fala, fala, fala e não cumpre [...] O que falta, hoje, no Brasil é dizer o seguinte: Nós vamos vencer isso. Mas não tem como vencer uma antidemocracia com meios democráticos porque tudo o que nós fizermos será considerado antidemocrático [...] Chega de diálogo com quem é negligente com a morte de pessoa de bem. O Clezão estava trabalhando, foi para uma manifestação e foi morto por negligência de um ministro. Não tem diálogo com essas pessoas. Não estou pedindo para matar opositores, estou pedindo justiça com quem está fazendo injustiça”, concluiu o deputado.