São Paulo Enquanto o decoro parlamentar do presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL) continua sem rumo definido, o decoro conjugal do senador produziu comentários animados entre os parlamentares. Da casa oficial onde mora em Brasília, a mulher de Renan, Maria Verônica Calheiros, observou a espiral política que paralisou a pauta do Congresso Nacional e reduziu tudo em uma notável reflexão doméstica: "Não sei como meu marido caiu nessa. Homem é mesmo muito besta!"
Verônica Calheiros é uma mulher de 43 anos. Fala com um timbre de voz infantil e prefere frases longas. Fez faculdade de Artes Plásticas, é evangélica e gosta de cuidar de suas mais de mil matrizes de orquídeas.
Ela integra a crise no Senado no papel da esposa que perdoou uma retumbante traição do marido. Isso porque o presidente do Senado está com o escalpo à prova sob suspeita de ter recebido dinheiro do lobista de uma empreiteira para pagar a pensão da filha que teve com a ex-amante, a jornalista Mônica Veloso.
Como a acusação veio à tona por conta do caso extraconjugal, o Brasil foi convidado a acompanhar os detalhes de um novelão político-conjugal.
"Escolhi lutar pela minha família e faço o que for preciso para isso", disse.
A primeira-dama do Senado assumiu seu papel por conta própria, há um mês. No dia em que Renan Calheiros fez seu pronunciamento no Senado, ela saiu às pressas da ginástica, passou em casa para colocar um terninho preto e sentou na primeira fila para vê-lo falar. Depois, foi abraçá-lo. "Ninguém nunca foi para a tribuna fazer o que ele fez. Ele foi inédito. E eu também fui inédita."
Há quem diga no Congresso que Verônica defende o marido publicamente para ajudá-lo a tirar o foco do escândalo político e transformá-lo em mero bafafá extraconjugal.
Ela afirma que simplesmente enxerga o caso de alcova que abalou o Congresso como uma daquelas tentações que rondam o poder em Brasília.
"Renan foi a maior vítima nisso tudo. Ele e a criança. Ele, claro, também tem culpa, porque todo ser humano é falho. Mas todos sabem que existe um assédio em cima dos representantes do poder. Fiquei surpresa por ele ter caído...", disse a mulher que ainda complementou: "Ele não é promíscuo, apenas errou, contou tudo a quem devia ter contado e se desculpou. Eu escolhi perdoar, mas antes disse a ele: Se você estiver apaixonado por ela, eu seguro a barra, meu filho. A princípio, sou contra separações. Mas não vou segurar um vaso todo colado porque uma hora as peças se soltam. Tenho base, tenho história política, tenho tradição de esquerda, atuei no PC do B. Casei aos 17 anos com o homem que amava e entre nós existe amor e companheirismo", finaliza.
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