“Não somos bicho para ficar empoleirado”. Foi a primeira frase gritada de dentro de uma das três celas que compõem o pequeno espaço para 12 presos na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba. A reportagem foi ao local para verificar as condições da unidade. Lá, há 41 presos, 29 a mais que a capacidade.
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Ao chegar no local, o delegado titular da unidade, Rafael Vianna, que estava em férias, foi chamado para conversar com a reportagem. “A gente tem o espaço para 12, mas não é para serem mantidos em longos períodos. O problema é que não é simplesmente custodiar. Tem a visita do advogado, da família, produtos para o preso para ter o mínimo de higiene, alimentação, tudo isso envolve um trabalho de segurança. Aumenta o risco da segurança da vizinhança, dos policiais”, comentou.
Para outro delegado da unidade, Pedro Filipe De Andrade, outro problema é o desvio de função dos investigadores, que não conseguem trabalhar nas apurações de crimes contra o patrimônio para se revezarem no plantão dos presos. “A gente já vive uma realidade de defasagem de material humano. O pouco que temos tem que desviar para fazer guarda de presos”, afirmou. A DFR tem hoje 3 mil inquéritos abertos, que investigam crimes como furto, roubo e latrocínio (roubo seguido de morte).
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